Tô fazendo um teste... Escrevi um pequeno conto, e gostaria de saber a opinião daqueles que lêem o meu blog. Ainda hoje teremos mais um post, sobre o principal assunto deste espaço. AGUARDEM!
Sensações
- Não! - Gritou João Paulo.
Acabara de virar uma xícara do seu delicioso café sobre o notebook novinho que, entre resmungos e estalidos apagou-se. Era tarde demais. Iria perder tudo. Tratou erguer o aparelho de forma que todo aquele líquido quente escorresse pelos seus pequenos orifícios. João Paulo era um homem diferente, desapegado a bens materiais, muito ligado às pequenas coisas da vida, mas estava aflito. Havia investido cerca de quatro mil reais no aparelho. O livro que estivera trabalhando durante os últimos seis meses e o backup estavam nele. Qualquer um cairia profunda tristeza e depressão criativa, mas se alguém observasse a cena de longe, viria que João Paulo permanecia sentado. Num rápido movimento ele erguera a caída xícara negra de porcelana e nela aparava o café derramado.
Certo que nenhuma gota mais sairia pela conexão USB, jogou o computador com força sobre a mesa e sorveu um gole do café, sem se importar com pêlos, restos de pele, pó e toda a sorte de coisas nojentas que se prolifera de "A" à "Z" no seu teclado. Cuspiu. Estava morno. Jogou a xícara pela janela e o notebook no chão. Passou a pisoteá-lo com raiva. Nunca mais iria sentir o sabor daquele que fora o mais perfeito café que preparara. Caiu ao chão, chorando.
Passados alguns minutos, ouviu algo bater à porta. Eram batidas duras, de algum objeto de consistência firme. Fazia frio naquela época. Seu apartamento era no quarto andar, não tinha elevador. Não recebia visitas. Mal saía de casa. Ergueu-se secando as lágrimas e atendeu ao chamado. Abriu a porta.
Era a vizinha do primeiro andar. Ela era linda. Morena de olhos azuis, uma Deusa. Trazia na mão esquerda a xícara preta que jogara pela janela e na mão direita outra xícara, branca, com algum líquido fumegante. Ela não falava, quase gritava. Dizia que xícara havia caído sobre um balde de roupas brancas que iria começar a lavar e agora estavam manchadas. João Paulo estava abatido, debilitado. Ouvia os xingamentos e se encolhia, cada vez mais, quando aquilo aconteceu. Fora tomado por uma sensação diferente, semelhante à que vivera há alguns minutos. Seu coração palpitava, o sangue recebera uma injeção generosa de adrenalina, sua garganta secou, começou a ter a visão alterada. Ele alinhou o corpo, respirou fundo, olhou no fundo dos olhos azuis da vizinha e fez. Com as mãos suadas, agarrou firmemente a xícara e sorveu um longo gole do café da xícara branca. Foi tomado por um arrepio que lhe subiu da lombar ao pescoço, fazendo seu corpo tremer, num reflexo do prazer alcançado.
Acordou algumas horas depois, com um galo da cabeça, a xícara preta partida ao seu lado e uma nova história para contar.
Acabara de virar uma xícara do seu delicioso café sobre o notebook novinho que, entre resmungos e estalidos apagou-se. Era tarde demais. Iria perder tudo. Tratou erguer o aparelho de forma que todo aquele líquido quente escorresse pelos seus pequenos orifícios. João Paulo era um homem diferente, desapegado a bens materiais, muito ligado às pequenas coisas da vida, mas estava aflito. Havia investido cerca de quatro mil reais no aparelho. O livro que estivera trabalhando durante os últimos seis meses e o backup estavam nele. Qualquer um cairia profunda tristeza e depressão criativa, mas se alguém observasse a cena de longe, viria que João Paulo permanecia sentado. Num rápido movimento ele erguera a caída xícara negra de porcelana e nela aparava o café derramado.
Certo que nenhuma gota mais sairia pela conexão USB, jogou o computador com força sobre a mesa e sorveu um gole do café, sem se importar com pêlos, restos de pele, pó e toda a sorte de coisas nojentas que se prolifera de "A" à "Z" no seu teclado. Cuspiu. Estava morno. Jogou a xícara pela janela e o notebook no chão. Passou a pisoteá-lo com raiva. Nunca mais iria sentir o sabor daquele que fora o mais perfeito café que preparara. Caiu ao chão, chorando.
Passados alguns minutos, ouviu algo bater à porta. Eram batidas duras, de algum objeto de consistência firme. Fazia frio naquela época. Seu apartamento era no quarto andar, não tinha elevador. Não recebia visitas. Mal saía de casa. Ergueu-se secando as lágrimas e atendeu ao chamado. Abriu a porta.
Era a vizinha do primeiro andar. Ela era linda. Morena de olhos azuis, uma Deusa. Trazia na mão esquerda a xícara preta que jogara pela janela e na mão direita outra xícara, branca, com algum líquido fumegante. Ela não falava, quase gritava. Dizia que xícara havia caído sobre um balde de roupas brancas que iria começar a lavar e agora estavam manchadas. João Paulo estava abatido, debilitado. Ouvia os xingamentos e se encolhia, cada vez mais, quando aquilo aconteceu. Fora tomado por uma sensação diferente, semelhante à que vivera há alguns minutos. Seu coração palpitava, o sangue recebera uma injeção generosa de adrenalina, sua garganta secou, começou a ter a visão alterada. Ele alinhou o corpo, respirou fundo, olhou no fundo dos olhos azuis da vizinha e fez. Com as mãos suadas, agarrou firmemente a xícara e sorveu um longo gole do café da xícara branca. Foi tomado por um arrepio que lhe subiu da lombar ao pescoço, fazendo seu corpo tremer, num reflexo do prazer alcançado.
Acordou algumas horas depois, com um galo da cabeça, a xícara preta partida ao seu lado e uma nova história para contar.
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