quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Happy Hour de sexta à noite ou Happy Hour de domingo à tarde?


Minha vida tá mudando...

As pessoas já olham de forma diferente, e eu já me vejo diferente. Eu paro na frente do espelho, me olho e dou uma piscadinha:
- Vai ser papai, éin?
Já estou recebendo dicas, de mamães, pseudo-mamães, solteiras-que-sonham-em-ser-mamães, casadas-sem-filhos-que-sonham-em-ser-mamães e tantos outros espécimes desta imensa fauna de guarda-crias. Vou juntar tudo, pôr num saco, e discutir com a Dona Genô, que SABE MUITO... na teoria.

A grande mudança mesmo é no tal do Juízo. Acho que estou me tornando mais responsável... Será? De uma hora pra outra, as bebidas começaram a amargar na boca, os botecos são cada vez menos atraentes e o trânsito me parece mais perigoso. Até já tô andando pela direita! Parei de piscar os faróis, reduzi a velocidade e até tô usando a seta (ou pisca)! Será que eu "encaretei" de vez? Que seja! Que venham os churrascos sem cerveja, happy-hours com limonada ou o velhinho de Variant pela direita! Troco tudo isso por tardes de domingo no parquinho, algodão-doce e passeios de bicicleta com o filhote!

Mas dá licença que já vou indo... Não vou poder escrever muito agora, pois preciso trabalhar, afinal, agora que vou ser pai de família...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Contando pro Vovô

No dia que soube que iria ser pai, visitamos o MEU pai. Ao contar a novidade, nos abraçamos e choramos juntos. A impressão que tive era que estávamos nos unindo ainda mais, sentia aquele abraço diferente. Acho que foi o encontro de muita felicidade e encantamento junto. Orgulho mútuo. Ligação direta de amor paterno, injeção na veia. De pai pra filho, filho pra pai, futuro pai para futuro filho, futuro avô para futuro neto. Se saíssem dali algumas fagulhas, não era de se estranhar. Era amor demais em rota de colisão.

Enganando o papai

Pois é... E o grande dia chegou, na última sexta-feira. Dona Genô desconversou e me enganou.

Exatamente às 15 horas, 22 minutos e 49 segundos ela me despistou. Recebi o seguinte torpedo: "Tô com sangramento e o exame ainda não ficou pronto". Pensei: ok, tudo bem, não deu desta vez... Tentamos no mês que vem. Se alguém olhasse pra mim naquele momento perceberia minha tristeza. Mas não havia como desistir da idéia. Paciência!

Então fiquei ali, trabalhando, ruminando a minha tristeza quando uma colega trouxe um embrulho prateado: "O que é isso? Quem mandou?", perguntei, e ela respondeu rapidamente "Não sei, a recepcionista pediu que eu te entregasse!".

Sempre desconfiado, desatei o nó, e olhei o conteúdo. Uma caixa de lenços? Quem iria me mandar uma caixa de lenços? Logo após puxar a bendita caixa (que estava de cabeça-para-baixo), comecei a ver sabonetes, xampu, biquinho, etc... Aí eu li o selo, que estava sobre ela: "Parabéns Papai!".

Chorei por uns dois minutos. Quando ergui a cabeça, alguns me olhavam e a mesma colega veio até minha mesa perguntando o que era, o que eu tinha ganhado. Não consegui falar. Ela insistia, perguntando, e eu não conseguia pronunciar nenhuma palavra! RAIOS! Consegui apenas erguer o biquinho verde. "O que é isso? É o que eu tô pensando?". Foi então que a encarei com os olhos marejados e confirmei com a cabeça.

Levantei da cadeira e, com pernas e braços bambas, recebi os cumprimentos de todos, como se recebesse os louros de uma grande batalha. Nenhum momento na minha vida foi tão emocionante e grandioso quanto este. Um sonho realizado, mais uma etapa da vida a ser cumprida, mais uma fase a ser vencida. É a legitimidade de uma transição. Uma transformação que marca fundo na carne e que vai deixar pra todo sempre sua cicatriz, sua marca na história. Na minha história, na história da nossa família e quem sabe, na história de muita gente ainda.

É o ciclo natural da vida. Ontem eu era só filho e marido, hoje vou ser pai, amanhã avô e bisavô, se Deus assim permitir. Não tenho missão mais importante nesta vida do que cuidar da minha família, e te prometo, meu Deus, não vou decepcionar!

(PAUSA PRA ÁGUA)

Liguei então pra Dona Genô, que esperava no estacionamento da empresa. Todos foram pra janela, pra saber onde ela estava. Em seguida ela subiu e dividiu os louros comigo. Foi acolhida pelo pessoal (alguns com olhos cheios d'água), e logo fomos para casa.

Este foi o final da tarde sexta-feira, dia 24/10/2008. O dia em que descobri que vou ser pai. E agora? Aguardem novos posts, pois a partir de hoje, tudo vai ficar bem legalzinho por aqui...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

SIM!!!

Não consigo escrever... Não tem jeito!
Não consigo tirar o sorriso bobo do rosto, não tem jeito!!! Socorro!!!
Vou ser pai... E agora?

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

It's the end of the world as we know it (and I don't feel fine)

Qual dos dois seria o "menos pior", em proporções cavalares? Tolerância ou Intolerância?

Tolerância demais cria a falsa sensação de liberdade, a mesma liberdade que gera o caos. Libera a criatividade destrutiva, que se manifesta muitas vezes em atitudes inconseqüentes, com pitadas de crueldade, sarcasmo e porque não, sadismo. Ela cria também o "super-homem" do subúrbio, o adolescente rebelde da escola, o playboy acima da lei, o líder inescrupuloso. Tolerância demais faz do criminoso, recorrente, do político, corrupto (e recorrente). Gera impunidade.

Intolerância demais lembra repressão e censura. Traz o silêncio e faz dele uma terrível e monstruosa prisão, um campo de concentração para surdos-mudos. Alimenta a imaginação e distorce a mente, fazendo dos seres mais tranqüilos aqueles que cometem as maiores atrocidades. Armazena angústia, tristeza e raiva e expele violência.

Agora eu proponho um exercício:

Em qual destas duas análises você encaixaria os casos da adolescente Eloá e da menina Isabela Nardoni?

It's the end of the world as we know it (and I don't feel fine)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A Majestade, o Sabiá

Ah, sexta-feira!

Apesar de fazer frio, e estar nublado aqui na Capital dos Gaúchos, sexta-feira é um dia da semana todo especial... Por mais problemas que você tenha, uma sexta-feira bem iniciada já determina muita coisa no seu fim de semana.

Sabe aqueles mp3 que você guarda tudo junto, numa pasta "DIVERSOS" ou "VÁRIAS" ou qualquer outra denominação ridícula ou engraçada, por não ter classificado ainda? Claro, isso se você for um pouco organizado, lógico! Pois é, sexta-feira tem a cara dessa pasta!

Você põe tudo pra executar, de forma aleatória, e começa a se divertir. Em meio a tantas músicas boas, existem aquelas extremamente boas, que você não ouve a muito tempo, ou aquelas de quando seus avós/pais eram adolescentes, aquelas que embalavam suas primeiras "reuniões dançantes", a do primeiro beijo, a primeira festa, a primeira decepção amorosa, a primeira vez, etc...

Quem, com no mínimo 28 anos, não se lembra do MC Hammer, dançando "U can't touch this"? Não seria ele o precursor da Dança do Siri?

O fato é que, pra mim, Astolpho Roberto, a música tem papel vital. Seja ela boa ou ruim, prefiro tê-la sempre a não ter (Ok, tiramos aí alguns ritmos, tudo bem!). A música interfere diretamente no meu humor. Para os dois lados. Sou extremamente influenciável pela música. Hoje pela manhã, vindo para o trabalho e ouvindo a Rádio Gaúcha, o locutor, em meio a notícias e comentários político-econômicos, pôs a tocar "A majestade, o sabiá", da Roberta Miranda. Bah, pode parecer o extremo sertanejismo-caminhoneiresco, mas não é. Sempre gostei desta música e ouvia muito pelo Chitãozinho e Xororó. A letra é muito bela, realmente um raro momento de inspiração, como disse o próprio locutor. Seria um crime não reconhecer isso... E assim é com toda boa música. Olhe pra simplicidade das modas de viola, os sambas primordiais, olhe a origem do rock. PESQUISE e APRENDA. Faça este favor a você e à sua família. Seja crítico e não acredite no talento musical de artistas que gravam versões traduzidas de músicas de sucesso, e que chegam a copiar até capas dos discos! Você pode até achar legal, mas não ao ponto de achar ele um "TALENTO" da música.

Quando começar a fazer este exercício, perceba o quão saborosa vai ser a sua audição, e principalmente o quão prazeroso vai ser quando pegar o seu filho pelo braço e mostrar a versão original de uma música que ele adora, gravada à dez, quinze, vinte anos ou mais... Escrevi este post escutando Hurricane, do Bob Dylan...

E você, já ouviu falar desta música, não?

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Pai na adolescência

Toda vez que se ouve falar "Bah, o Fulano, com tão pouca idade, vai ser pai!", cria-se automaticamente um sentimento de pena ou revolta. É sempre assim. Existem aqueles que ficam irritados, indignados com a situação outros que tentam ajudar, apaziguar o fato. São os aspectos ruins de ser pai na adolescência. O problema é que, normalmente, o futuro ou atual "papai" acaba assumindo uma posição igual à maioria das pessoas: ou fica indignado ou acaba sentindo pena de si mesmo. Pobre rapaz...

Todos sabem (sim, eu também!) que não tenho filhos ainda, que já sou homem maduro, relativamente bem no aspecto financeiro (não se iludam, somos na média da população brasileira, nada de mais), psicologicamente pronto e preparado para ser pai, mas este pobre rapaz que não tem estas convicções que tenho acaba se desestabilizando completamente. Acaba "pilhado" pela família e pelos amigos e rapidamente rotulado pela sociedade. Tudo o que não tem e precisa é de estabilidade.

Calma e tranqüilidade são as últimas coisas que passam pela cabeça. Digo isso não por experiência própria, mas por auxiliar os amigos mais chegados que passaram por dificuldades. Trabalho, estudo, moradia, alimentação, saúde, e toda uma lista enorme de etecéteras. Não existe manual para a paternidade na adolescência, mas se fizermos uma pequena lista (Dona Genô adora listas!), uma pequena relação de “vacinas” psicológicas necessárias, alguns tópicos seriam estes:

- Respire fundo e deixe a poeira baixar:

Não suma do mapa, mané! Assuma a responsabilidade, converse com as famílias e tire um tempo pra pensar, se for necessário. A renúncia e a negação são as piores coisas. Você precisa do apoio e confiança de todos;

- "Veja pelo lado bom: você vai ser pai!":

Pra muitos pode ser ruim, pra outros nem tanto, mas o fato é que, a menos que você seja um tremendo canalha, você vai assumir este filho (vai, né???). Sim, você vai passar por dificuldades, com certeza, mas no final, quando aquele bebezinho for crescendo, além de uma alegria tremenda, você vai ganhar um parceirão! Faça o cálculo da idade. Por exemplo: se você for pai aos 15 anos, quando seu filho (a) fizer os 15, você vai estar com 30. Inteiraço! Vai poder sair junto, ensinar uns "truques", uns "atalhos" e também ensinar como não "fazer" família com esta idade;

- Cuidado com o que ouve:

Bons amigos são muito bem vindos nesta hora. Os "conhecidos" podem não ser. Bons amigos podem trazer apoio e incentivo, algum suporte financeiro, numa hora de desespero, mantenha-se próximo deles, mas lembre-se: responsabilidade acima de tudo, pois você vai ser pai, e noites de bebedeira com os amigos não pegam bem nesta hora;

- As famílias:

Neste período a família pode ou não fazer bem. Avalie o clima em casa, assuma a posição de seus pais (como você se sentiria estando no lugar deles?) e não fuja da raia. É importante que você assimile o golpe! É a tal da hora de "bater a responsabilidade". Seus pais gostam muito de você (pode não parecer, mas é tudo mentirinha). Converse e entenda o seu posicionamento. Se quiseres o apoio deles, receba e acate as instruções que aos poucos as coisas vão se ajeitar, mas se a coisa for mais radical, tente na família dela. Normalmente (o "normalmente" reflete a atitude da maioria, não é regra) a menina acaba indo morar com você. É, é verdade! Converse com a família dela e repita os passos acima, mas esqueça a parte do "gostam muito de você";

- Sua amiga/ficante/namorada grávida:

Estas e/ou outras qualificações podem ser atribuídas à futura mamãe de seu filho(a). Você não precisa gostar dela, querer casar ou morar junto, mas isso você vai ter que acertar com ela. Não seja desprezível, converse! Ela está prestes a passar por um período extremamente traumático nesta idade (presumo que seja a mesma da sua!). Escute, ampare e ajude pelo menos durante a gestação. NO MÍNIMO! Seja homem também na hora de receber a criança, não só pra fazê-la! Se for confortável para os dois, acerte a sua vida com a mãe e a criança DEPOIS do nascimento, nunca antes.

Existem muitos outros itens que poderiam complementar esta lista, inúmeros pontos de vista, mas a partir daqui, você vai ter que tomar decisões. O mais importante não se refere exatamente à gravidez, mas sim à sua vida.

Nada é 100% ruim. Até mesmo um chute na bunda te empurra pra frente!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

É esse aí o comercial...

Toda vez que eu assisto sai um "Ai, ai...".

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Ai, ai...

Pois é, faz tanto tempo que não escrevo que acredito estar perdendo a prática. Todos me cobram. Um livro que iniciei, aventuras de RPG, ou um e-mail mais longo que seja. E também a leitura me falta. Dona Genô me cobra muito e eu, em tempos "modernos" pra mim, acabo jogando videogames. Ok, eu compreendo e aceito todas as reclamações, mas sei que literatura continua presente neste coração.

Coração este que ficou alegre e "quentinho" nesta manhã de céu azul-acinzentado em Porto Alegre. Eu explico:

As pessoas que me conhecem bem, e principalmente as que convivem comigo, sabem que eu sou louco por crianças, seja de quem for, da idade que for, estou sempre servindo de capacho pra elas. Quase fui parar no hospital em SP por uma guerra de almofadas... E também sabem que estamos tentando ter o nosso bebê.

Estes dois fatos combinados me deixam muito sensível a qualquer coisa que lembre a paternidade, à família, a crianças e etecéteras dentro deste contexto.

Eis que abro um e-mail de um amigo de título "Ser pai de menina é mais ou menos assim..." e ele tinha anexo um vídeo, de uma propaganda da Sprite, onde o pai aparece tomando o refrigerante e logo surge a filha, trazendo uma xícara de brinquedo, onde ela passa a servir e ele a beber o refrigerante. A brincadeira evolui, onde ela passa a pintar a si e ao pai com lápis de olho, sombra, batom, põe uns penduricalhos no cabelo, um pouco de cabelo falso, tiara e etc. A campainha da casa toca e ele, pintado e cheio de adereços, atende. Dois homens carrancudos, que provavelmente vieram executar algum serviço da casa, aparecem e o encaram com um ar de desconfiança. Ele então os cumprimenta com um leve aceno de cabeça e abre caminho para que entrem. Assim que eles passam, o pai fixa o olhar em algum ponto além da porta e, com um leve e discreto sorriso de canto-de-boca, deixa escapar toda a alegria daquele momento.

Eu com um com um leve e discreto sorriso de canto-de-boca seguido de um "Ai, ai..." assisto aos dizeres finais do comercial.
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- Sem mais palavras meritíssimo! Sou um pai inveterado!