quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Não, não, não!

Não adianta me dizerem que não importa o sexo! Pra mim importa sim! Saúde em primeiro lugar, mas o sexo do bebê é importante pra mim sim! Quero chamar a "barriga" pelo nome. Chega do discurso politicamente correto, chega de aceitar convenções da sociedade, aquele papinho bege de dentes amarelos e cheiro de mofo! Quero paixão! Queria ver mais lágrimas, pois elas não escondem sentimentos! Queria ver mais pulmões arfantes, mais pernas bambas, mais gente zonza. Quero ver mais gente VIVA!

Tudo bem, digam à vontade que eu não posso e não devo ficar ansioso por saber o sexo do meu filhote! Não vou deixar de amá-lo ou amar mais ou menos por vestir azul ou rosa, mas não me repreendam por querer saber! Estou sendo humano, pai. Estou sendo, talvez, mais pai que humano, e tenha certeza que isso não é um grande elogio a mim mesmo. Estou sendo cruel com todos os outros.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Dona Genô e a US das 12 semanas

Transcrição (quase) literal do relato de Dona Genô às amigas, sobre a US das 12 semanas. Alguns parcos comentários meus entre [].
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Meninas, fizemos a US de Translucência Nucal na sexta-feira. Ainda não havia dado notícias, pois queria fazer um e-mail com calma e lá em casa foi uma loucura, mal paramos em casa e quando paramos era pra organizar um churrasco no sábado [VERDADE!]. Foi tudo bem e o médico não quis dar palpite. Refiro-me ao bebê como ele, pois é o bebê, o filhote, o pequeno, mas isso só pra facilitar. Ainda tenho esperanças de viver num mundo cor-de-rosa :)

O exame era no final do dia, eu tava meio preocupada, pois estava com medo de chegar na hora do exame e ter alguma coisa errada, tipo o bebê não ter se desenvolvido como deveria nestas seis semanas. Eu não tava preocupada com o resultado da TN e sim com isso, que pra mim, é bem mais comum de ocorrer. Já o honorável marido [EU] estava muito, mas muito nervoso, pois queria que o médico já dissesse se quem está na minha barriga é o Genetolpho ou a Astolpheva. E não adianta dizer que isso é perfumaria, que o que importava era ele ter se desenvolvido bem e o exame da TN desse normal e que mesmo que o médico dissesse alguma coisa poderia estar errado. A maior preocupação dele era esta e as minhas encucações eram meras besteiras [JÁ SABIA QUE IA DAR TUDO CERTO]. Homens, humpf!

Levei uma barra de chocolate meio amargo na bolsa e fui degustando o chocolate no caminho, comi uns 6 quadradinhos, mas pra quem já praticamente aboliu o chocolate da vida, deve ter feito um efeito avassalador no pobrezinho.
Chegamos na clínica e tivemos que esperar um pouco (normal) e eu já suando de nervosa. Nos chamaram, deitei na maca e tentei me manter calma e serena, preparada para boas e más notícias - sim, sou fatalista. Era o mesmo médico que fez a US das 6 semanas, perguntou como estávamos, formatou o DVD que levamos e conversou um pouco. Ligou o aparelho e dê-lhe a apertar a minha barriga. Quanto eu vi aquela coisinha linda, com um cabeção, mãozinhas e perninhas se mexendo e dando piruetas, esqueci na mesma hora todas as encucações que rondaram a minha cabeça desde a última US [E OS OLHINHOS DELA ENCHERAM D’AGUA... FOI LINDO!]. Naquele momento, tomei consciência que sim, estou grávida e tem um bebê na minha barriga, e a ficha caiu mais um pouco :)

O exame durou mais de 15 minutos, pois o nosso filhotinho não parava de se mexer - nota mental: comer menos chocolate da próxima vez. Se jogava pra trás, mexia a boca, virava de costas. Quando o médico aumentou a imagem para fazer a TN, na mesma hora ele se virou de costas. Um pequeno sem-vergonha :)

O médico foi ficando meio bravo e nós adorando ver o pequeno se mexendo. Depois de umas tossidas e alguns chacoalhões na minha barriga, o médico conseguiu que ele ficasse na posição e fez o exame. Osso nasal presente e TN perfeita. Ele estava medindo 5,3 cm e tem dois bracinhos e duas perninhas :) Vimos um pedação do cordão umbilical, mas nem sob ameaça o médico quis dar um palpite sobre o sexo [BAITA SEM-GRAÇA!].

O que importa é que desde sexta tirei um peso enorme das minhas costas e estou conseguindo curtir mais a gravidez. Agora passo muito tempo com a mão na barriga e até estou conseguindo engatar uns papinhos com o pequeno. A barriga também deu um saltão esta semana, crescendo pra frente. Antes ela tava mais esparramada, confundindo com as banhas. Vou ver se tiro fotinhos hoje.
E no sábado ainda demos mais uma olhada nele. Tive que voltar na mesma clínica pra fazer um outro exame (ecografia abdominal total, em jejum e com a bexiga estourando), e o médico passou rapidamente o ultrassom no útero e mostrou o bebê. Naquela hora ele tava bem mais calminho, mas dava pra ver os bracinhos se mexendo. Acho que a atividade toda da sexta foi mais por conta do chocolate mesmo :D

Beijos!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Rapidinha do Almoço

Fomos almoçar hoje no restaurante horrível de uma graaaaaaaaaaaaaaaaaaande rede multinacional de supermercados e, voltando resolvi passar na seção de brinquedos. Fiquei olhando os brinquedos de menina, imaginando a pequena Astolpheva brincando com aquelas bonecas, aqueles conjuntos de cozinha, biquinhos de boneca, mamadeiras, etc... Ah, que lindo...

Do outro lado, os brinquedos de menino... Carrinhos, bolas, monstros, e...

COMANDOS EM AÇÃO!!!

Se eu estava um pouco jururu, imaginando que não viesse a minha fofucha, acabou de passar!

Vou poder colecionar todos os Comandos e as pistas de Hot Weels!!! UHU!!!

Claro que é pro Genetolpho, lógico!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Zé Ramalho NÃO!

Sexta-feira comemoramos a 12ª semana do nosso bebê. Se tudo der certo e o médico for bom, saberemos se é a Astolpheva ou o Genetolfo. Comemorações à parte, problemas à vista.

Já tratamos de discutir o quartinho do filhote. Branquinho básico, com pinceladas generosas de cor. Quadros coloridos, adesivos, um pôster do Eddie, etc., desde que tenha temas musicais. Vagamos pelos shoppings da capital dos gaúchos e só encontramos os velhos pôsteres manjados e no máximo uma guitarra de pelúcia, azul ou rosa... Como diz o Humberto Gessinger, estamos longe demais das capitais... Sim, podem me xingar os bairristas, mas não temos tanto quanto o centro do país! Mais do que o interior, tudo bem, mas não mais que isso!

O meu sonho era botar a capa do Nevermind, do Nirvana, bem grandona por cima do berço, mas quem diz que eu acho? Pensei em procurar umas capas de discos de vinil nos sebos por aí, mas não tô a fim de botar a cara feia do Zé Ramalho no quartinho do meu filhote!







Sério! Tô aceitando indicações! Quem souber onde eu encontro um pôster com a capa do Nevermind, me avise que eu vou e compro! Aliás, qualquer outro item de decoração colorido com tema musical, tô querendo!

Só não vale aquela do Bart Simpson... Afinal, é muito forte pra um bebezinho!


segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Rapidinha do cotidiano

Eu, sentado no sofá, jogando um futebolzinho básico e Dona Genô, saindo do banho. Ela pára à minha frente pra conversar. "Pause" no jogo, olhos nos olhos dela. Entre nós "a barriga". Meu olhar salta dos olhos dela para o umbigo. Do umbigo pros olhos. Várias vezes. Aquilo foi me dando uma aflição... Solução rápida: olhos nos olhos dela, mãos na barriga. Ótimo!

Será que ambos já estão disputando a minha atenção?

Nããããããããããããããããããã...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Rápida passagem do pateta

Ontem a noite foi um tanto constrangedora pra mim... Eu, Astolpho Roberto, acostumado a fazer pratos elaborados, com um bom nível de dificuldade, não que eu seja um cozinheiro de mão cheia, sou apenas gastronomicamente atrevido, me senti um verdadeiro pateta na cozinha. O motivo: gelatina.

Até uma criança sabe fazer gelatina! Eu li e reli a embalagem, sei que é muuuuito fácil de fazer, mas eu não consegui! Inconcebível! Estúpida e ridiculamente inacreditável!

Rapidamente passou um flash pela minha mente, uma imagem...

- Tá papai, sai daí e deixa eu fazer a minha "dedera"!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sentimentalóide

Puxa, eu ando meio sentimentalóide ultimamente...

Não posso ouvir qualquer coisa que fale de crianças que já amoleço. Qualquer coisa! Um presente, uma frase, uma dor-de-ouvido. Bah, se fazem mal pra alguma criança, então...

Grávidas surgem a todo o momento, crianças trombam em mim, ouço chorinhos e gargalhadas de muito longe... Qual o problema comigo? Estão todos diferentes ou eu mudei muito? Até minhas cachorras estão mais manhosas e me cobram carinho? Será que, assim como as mulheres, os homens mudam? Existe o "cheiro de pai"? É uma aura que envolve um "pai de família"? Tá escrito na minha testa que eu vou ser pai, por acaso???

Eu sinto em mim a mudança. No modo de pensar, nas atitudes... Tudo tem cores, cheiros e perigos diferentes. Já teve aquela sensação de por óculos de grau pela primeira vez, quando os detalhes de cada imagem saltam aos olhos, ao mesmo tempo em que você erra o passo para subir a calçada?

Encanta e assuta. Alegra e preocupa. É a vida...

Mas que diabos, da onde vêm esse cheirinho de bebê???

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Florzinhas e Bichinhos Fofinhos? Que nada...

Sábado assistimos duas vezes o mesmo show, às 18hs e às 21hs... Clássicos do Rock mundial interpretados por orquestra, com ótimos cantores interpretando... Mas não pensem que era aquela coisa tranqüila, erudita, cheia de floreios... Que nada! Rock 'n Roll total! Doors, Who, Beatles, Sabbath, Led, Queen, Pink Floyd, Yes, Helloween, Aerosmith, Angra, Shaaman e Iron Maiden. E para interpretar a parte Havy Metal, André Matos. Olha a ficha resumida do cara:

André Matos é regente, compositor, arranjador, orquestrador, cantor lírico e popular e multi-instrumentista. Ex-vocalista das bandas Viper, Angra e Shaaman, agora está em carreira solo.

É mole? Tinha que ver o cara puxando:

Fear of the dark, fear of the dark
I have a constant fear that something's
always near
Fear of the dark, fear of the dark
I have a phobia that someone's
always there

Nosso filhote nem nasceu ainda e já tá ouvindo boa música... Vou por um poster do Eddie no quarto dele(a)...


quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Expectativas

Estamos percorrendo a décima semana do nosso filhote, na expectativa da ECO das 12 semanas, onde o médico vai poder dar um chute sobre o sexo do nosso bebê. Aliás, a família toda e os amigos estão na expectativa desta ECO... Para o planejamento de todos (OS PRESENTES!).

Temos grandes grupos que pensam em jogar bola e outros em brincadeiras de casinha... Classificam e rotulam (consciente ou inconscientemente, que eu sei e já percebi!) nosso rebento por características comuns (e até conservadoras antiquadas demais) de cada sexo. Eu ouço, apenas. Não opino. Até que é divertido, mas todos concordam em uníssono: que venha com saúde.

Eu sonho com uma menina, até chamo de "ela"... Quero muito mesmo, mas no fundinho acho que vai ser um menino, independente de todas as mandingas populares que o apontam como macho. Posso até dizer que não me importo, mas isso é uma meia verdade. Estou tão feliz que essa pequena frustração natural não vai mudar em nada o amor que sinto pelo futuro pingo de gente que vem por aí. (...) Mas será que a pequena Astolpheva não mostrará toda a "documentação" necessária em duas semanas, superando e contradizendo todas as especulações e expectativas? Já seria um fato marcante. Já seria um diferencial! Seria um prenúncio de grandes feitos!

Independente de tudo, me junto ao coro que pede saúde, pois será amado (a) de qualquer maneira. Só espero que seja compenetrado e estudioso como a mãe, sonhador e esperançoso como o pai...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Rápido Resumo do Findi

Na última sexta-feira, dia 31/10, fizemos a primeira Eco... Como diz a Dona Genô, nunca vi um pontinho borrado tão lindo! Meu filhote já tá enorme, com 3mm, e um coraçãozinho de corredor, batendo a mil! Ainda não caiu direito a ficha de que há vida no ventre dela, mas também o dia que cair... Já sou chorão por natureza, imagina quando chegar a "minha hora"?

 

Pois então, no mesmo dia rumamos pra Rivera, gastar um dinheirinho, mas por incrível que pareça, não compramos nada pro bebê... Assim como muitos, estamos na expectativa de saber se vai ser o Genetolpho ou a Astolpheva, acredito que, por este motivo, não nos atolamos nas compras.

 

Visitamos uma grande amiga nossa, a Elena, que mora lá em Rivera. Afofei o Bruno, filhinho dela, que só tínhamos visto por foto ou ainda no ventre, ao vivo... Um guri lindo que cresceu o olho pra cima da barriga da Dona Genô. Se for menina, vai ter uma conversinha séria com o "titio" aqui! Foi muito bom revê-la. Temos um carinho mais do que especial por ela! BJZ!

 

Mas, mordam-se de raiva, titias-Mothern-babonas! Foi ela que deu o primeiro presentinho... Uma blusinha muito bacana, branca... Logo eu ponho foto aqui... O segundo presentinho foi dado pela minha cunhada, um sapatinho de lã amarelo, clássico...

 

Que vida lôca! Assisti meu filhote na tv pela primeira vez, levamos ele pro "exterior" (hehehe!), onde ele acabou ganhando o primeiro presente de uma titia uruguaia. Peguei aquela roupinha na mão e olhava, pensando: "É tão pequenininho...".

 

Gente, vi o meu bebê por mais ou menos quinze minutos, e já fiquei com saudade dele!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Happy Hour de sexta à noite ou Happy Hour de domingo à tarde?


Minha vida tá mudando...

As pessoas já olham de forma diferente, e eu já me vejo diferente. Eu paro na frente do espelho, me olho e dou uma piscadinha:
- Vai ser papai, éin?
Já estou recebendo dicas, de mamães, pseudo-mamães, solteiras-que-sonham-em-ser-mamães, casadas-sem-filhos-que-sonham-em-ser-mamães e tantos outros espécimes desta imensa fauna de guarda-crias. Vou juntar tudo, pôr num saco, e discutir com a Dona Genô, que SABE MUITO... na teoria.

A grande mudança mesmo é no tal do Juízo. Acho que estou me tornando mais responsável... Será? De uma hora pra outra, as bebidas começaram a amargar na boca, os botecos são cada vez menos atraentes e o trânsito me parece mais perigoso. Até já tô andando pela direita! Parei de piscar os faróis, reduzi a velocidade e até tô usando a seta (ou pisca)! Será que eu "encaretei" de vez? Que seja! Que venham os churrascos sem cerveja, happy-hours com limonada ou o velhinho de Variant pela direita! Troco tudo isso por tardes de domingo no parquinho, algodão-doce e passeios de bicicleta com o filhote!

Mas dá licença que já vou indo... Não vou poder escrever muito agora, pois preciso trabalhar, afinal, agora que vou ser pai de família...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Contando pro Vovô

No dia que soube que iria ser pai, visitamos o MEU pai. Ao contar a novidade, nos abraçamos e choramos juntos. A impressão que tive era que estávamos nos unindo ainda mais, sentia aquele abraço diferente. Acho que foi o encontro de muita felicidade e encantamento junto. Orgulho mútuo. Ligação direta de amor paterno, injeção na veia. De pai pra filho, filho pra pai, futuro pai para futuro filho, futuro avô para futuro neto. Se saíssem dali algumas fagulhas, não era de se estranhar. Era amor demais em rota de colisão.

Enganando o papai

Pois é... E o grande dia chegou, na última sexta-feira. Dona Genô desconversou e me enganou.

Exatamente às 15 horas, 22 minutos e 49 segundos ela me despistou. Recebi o seguinte torpedo: "Tô com sangramento e o exame ainda não ficou pronto". Pensei: ok, tudo bem, não deu desta vez... Tentamos no mês que vem. Se alguém olhasse pra mim naquele momento perceberia minha tristeza. Mas não havia como desistir da idéia. Paciência!

Então fiquei ali, trabalhando, ruminando a minha tristeza quando uma colega trouxe um embrulho prateado: "O que é isso? Quem mandou?", perguntei, e ela respondeu rapidamente "Não sei, a recepcionista pediu que eu te entregasse!".

Sempre desconfiado, desatei o nó, e olhei o conteúdo. Uma caixa de lenços? Quem iria me mandar uma caixa de lenços? Logo após puxar a bendita caixa (que estava de cabeça-para-baixo), comecei a ver sabonetes, xampu, biquinho, etc... Aí eu li o selo, que estava sobre ela: "Parabéns Papai!".

Chorei por uns dois minutos. Quando ergui a cabeça, alguns me olhavam e a mesma colega veio até minha mesa perguntando o que era, o que eu tinha ganhado. Não consegui falar. Ela insistia, perguntando, e eu não conseguia pronunciar nenhuma palavra! RAIOS! Consegui apenas erguer o biquinho verde. "O que é isso? É o que eu tô pensando?". Foi então que a encarei com os olhos marejados e confirmei com a cabeça.

Levantei da cadeira e, com pernas e braços bambas, recebi os cumprimentos de todos, como se recebesse os louros de uma grande batalha. Nenhum momento na minha vida foi tão emocionante e grandioso quanto este. Um sonho realizado, mais uma etapa da vida a ser cumprida, mais uma fase a ser vencida. É a legitimidade de uma transição. Uma transformação que marca fundo na carne e que vai deixar pra todo sempre sua cicatriz, sua marca na história. Na minha história, na história da nossa família e quem sabe, na história de muita gente ainda.

É o ciclo natural da vida. Ontem eu era só filho e marido, hoje vou ser pai, amanhã avô e bisavô, se Deus assim permitir. Não tenho missão mais importante nesta vida do que cuidar da minha família, e te prometo, meu Deus, não vou decepcionar!

(PAUSA PRA ÁGUA)

Liguei então pra Dona Genô, que esperava no estacionamento da empresa. Todos foram pra janela, pra saber onde ela estava. Em seguida ela subiu e dividiu os louros comigo. Foi acolhida pelo pessoal (alguns com olhos cheios d'água), e logo fomos para casa.

Este foi o final da tarde sexta-feira, dia 24/10/2008. O dia em que descobri que vou ser pai. E agora? Aguardem novos posts, pois a partir de hoje, tudo vai ficar bem legalzinho por aqui...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

SIM!!!

Não consigo escrever... Não tem jeito!
Não consigo tirar o sorriso bobo do rosto, não tem jeito!!! Socorro!!!
Vou ser pai... E agora?

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

It's the end of the world as we know it (and I don't feel fine)

Qual dos dois seria o "menos pior", em proporções cavalares? Tolerância ou Intolerância?

Tolerância demais cria a falsa sensação de liberdade, a mesma liberdade que gera o caos. Libera a criatividade destrutiva, que se manifesta muitas vezes em atitudes inconseqüentes, com pitadas de crueldade, sarcasmo e porque não, sadismo. Ela cria também o "super-homem" do subúrbio, o adolescente rebelde da escola, o playboy acima da lei, o líder inescrupuloso. Tolerância demais faz do criminoso, recorrente, do político, corrupto (e recorrente). Gera impunidade.

Intolerância demais lembra repressão e censura. Traz o silêncio e faz dele uma terrível e monstruosa prisão, um campo de concentração para surdos-mudos. Alimenta a imaginação e distorce a mente, fazendo dos seres mais tranqüilos aqueles que cometem as maiores atrocidades. Armazena angústia, tristeza e raiva e expele violência.

Agora eu proponho um exercício:

Em qual destas duas análises você encaixaria os casos da adolescente Eloá e da menina Isabela Nardoni?

It's the end of the world as we know it (and I don't feel fine)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A Majestade, o Sabiá

Ah, sexta-feira!

Apesar de fazer frio, e estar nublado aqui na Capital dos Gaúchos, sexta-feira é um dia da semana todo especial... Por mais problemas que você tenha, uma sexta-feira bem iniciada já determina muita coisa no seu fim de semana.

Sabe aqueles mp3 que você guarda tudo junto, numa pasta "DIVERSOS" ou "VÁRIAS" ou qualquer outra denominação ridícula ou engraçada, por não ter classificado ainda? Claro, isso se você for um pouco organizado, lógico! Pois é, sexta-feira tem a cara dessa pasta!

Você põe tudo pra executar, de forma aleatória, e começa a se divertir. Em meio a tantas músicas boas, existem aquelas extremamente boas, que você não ouve a muito tempo, ou aquelas de quando seus avós/pais eram adolescentes, aquelas que embalavam suas primeiras "reuniões dançantes", a do primeiro beijo, a primeira festa, a primeira decepção amorosa, a primeira vez, etc...

Quem, com no mínimo 28 anos, não se lembra do MC Hammer, dançando "U can't touch this"? Não seria ele o precursor da Dança do Siri?

O fato é que, pra mim, Astolpho Roberto, a música tem papel vital. Seja ela boa ou ruim, prefiro tê-la sempre a não ter (Ok, tiramos aí alguns ritmos, tudo bem!). A música interfere diretamente no meu humor. Para os dois lados. Sou extremamente influenciável pela música. Hoje pela manhã, vindo para o trabalho e ouvindo a Rádio Gaúcha, o locutor, em meio a notícias e comentários político-econômicos, pôs a tocar "A majestade, o sabiá", da Roberta Miranda. Bah, pode parecer o extremo sertanejismo-caminhoneiresco, mas não é. Sempre gostei desta música e ouvia muito pelo Chitãozinho e Xororó. A letra é muito bela, realmente um raro momento de inspiração, como disse o próprio locutor. Seria um crime não reconhecer isso... E assim é com toda boa música. Olhe pra simplicidade das modas de viola, os sambas primordiais, olhe a origem do rock. PESQUISE e APRENDA. Faça este favor a você e à sua família. Seja crítico e não acredite no talento musical de artistas que gravam versões traduzidas de músicas de sucesso, e que chegam a copiar até capas dos discos! Você pode até achar legal, mas não ao ponto de achar ele um "TALENTO" da música.

Quando começar a fazer este exercício, perceba o quão saborosa vai ser a sua audição, e principalmente o quão prazeroso vai ser quando pegar o seu filho pelo braço e mostrar a versão original de uma música que ele adora, gravada à dez, quinze, vinte anos ou mais... Escrevi este post escutando Hurricane, do Bob Dylan...

E você, já ouviu falar desta música, não?

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Pai na adolescência

Toda vez que se ouve falar "Bah, o Fulano, com tão pouca idade, vai ser pai!", cria-se automaticamente um sentimento de pena ou revolta. É sempre assim. Existem aqueles que ficam irritados, indignados com a situação outros que tentam ajudar, apaziguar o fato. São os aspectos ruins de ser pai na adolescência. O problema é que, normalmente, o futuro ou atual "papai" acaba assumindo uma posição igual à maioria das pessoas: ou fica indignado ou acaba sentindo pena de si mesmo. Pobre rapaz...

Todos sabem (sim, eu também!) que não tenho filhos ainda, que já sou homem maduro, relativamente bem no aspecto financeiro (não se iludam, somos na média da população brasileira, nada de mais), psicologicamente pronto e preparado para ser pai, mas este pobre rapaz que não tem estas convicções que tenho acaba se desestabilizando completamente. Acaba "pilhado" pela família e pelos amigos e rapidamente rotulado pela sociedade. Tudo o que não tem e precisa é de estabilidade.

Calma e tranqüilidade são as últimas coisas que passam pela cabeça. Digo isso não por experiência própria, mas por auxiliar os amigos mais chegados que passaram por dificuldades. Trabalho, estudo, moradia, alimentação, saúde, e toda uma lista enorme de etecéteras. Não existe manual para a paternidade na adolescência, mas se fizermos uma pequena lista (Dona Genô adora listas!), uma pequena relação de “vacinas” psicológicas necessárias, alguns tópicos seriam estes:

- Respire fundo e deixe a poeira baixar:

Não suma do mapa, mané! Assuma a responsabilidade, converse com as famílias e tire um tempo pra pensar, se for necessário. A renúncia e a negação são as piores coisas. Você precisa do apoio e confiança de todos;

- "Veja pelo lado bom: você vai ser pai!":

Pra muitos pode ser ruim, pra outros nem tanto, mas o fato é que, a menos que você seja um tremendo canalha, você vai assumir este filho (vai, né???). Sim, você vai passar por dificuldades, com certeza, mas no final, quando aquele bebezinho for crescendo, além de uma alegria tremenda, você vai ganhar um parceirão! Faça o cálculo da idade. Por exemplo: se você for pai aos 15 anos, quando seu filho (a) fizer os 15, você vai estar com 30. Inteiraço! Vai poder sair junto, ensinar uns "truques", uns "atalhos" e também ensinar como não "fazer" família com esta idade;

- Cuidado com o que ouve:

Bons amigos são muito bem vindos nesta hora. Os "conhecidos" podem não ser. Bons amigos podem trazer apoio e incentivo, algum suporte financeiro, numa hora de desespero, mantenha-se próximo deles, mas lembre-se: responsabilidade acima de tudo, pois você vai ser pai, e noites de bebedeira com os amigos não pegam bem nesta hora;

- As famílias:

Neste período a família pode ou não fazer bem. Avalie o clima em casa, assuma a posição de seus pais (como você se sentiria estando no lugar deles?) e não fuja da raia. É importante que você assimile o golpe! É a tal da hora de "bater a responsabilidade". Seus pais gostam muito de você (pode não parecer, mas é tudo mentirinha). Converse e entenda o seu posicionamento. Se quiseres o apoio deles, receba e acate as instruções que aos poucos as coisas vão se ajeitar, mas se a coisa for mais radical, tente na família dela. Normalmente (o "normalmente" reflete a atitude da maioria, não é regra) a menina acaba indo morar com você. É, é verdade! Converse com a família dela e repita os passos acima, mas esqueça a parte do "gostam muito de você";

- Sua amiga/ficante/namorada grávida:

Estas e/ou outras qualificações podem ser atribuídas à futura mamãe de seu filho(a). Você não precisa gostar dela, querer casar ou morar junto, mas isso você vai ter que acertar com ela. Não seja desprezível, converse! Ela está prestes a passar por um período extremamente traumático nesta idade (presumo que seja a mesma da sua!). Escute, ampare e ajude pelo menos durante a gestação. NO MÍNIMO! Seja homem também na hora de receber a criança, não só pra fazê-la! Se for confortável para os dois, acerte a sua vida com a mãe e a criança DEPOIS do nascimento, nunca antes.

Existem muitos outros itens que poderiam complementar esta lista, inúmeros pontos de vista, mas a partir daqui, você vai ter que tomar decisões. O mais importante não se refere exatamente à gravidez, mas sim à sua vida.

Nada é 100% ruim. Até mesmo um chute na bunda te empurra pra frente!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

É esse aí o comercial...

Toda vez que eu assisto sai um "Ai, ai...".

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Ai, ai...

Pois é, faz tanto tempo que não escrevo que acredito estar perdendo a prática. Todos me cobram. Um livro que iniciei, aventuras de RPG, ou um e-mail mais longo que seja. E também a leitura me falta. Dona Genô me cobra muito e eu, em tempos "modernos" pra mim, acabo jogando videogames. Ok, eu compreendo e aceito todas as reclamações, mas sei que literatura continua presente neste coração.

Coração este que ficou alegre e "quentinho" nesta manhã de céu azul-acinzentado em Porto Alegre. Eu explico:

As pessoas que me conhecem bem, e principalmente as que convivem comigo, sabem que eu sou louco por crianças, seja de quem for, da idade que for, estou sempre servindo de capacho pra elas. Quase fui parar no hospital em SP por uma guerra de almofadas... E também sabem que estamos tentando ter o nosso bebê.

Estes dois fatos combinados me deixam muito sensível a qualquer coisa que lembre a paternidade, à família, a crianças e etecéteras dentro deste contexto.

Eis que abro um e-mail de um amigo de título "Ser pai de menina é mais ou menos assim..." e ele tinha anexo um vídeo, de uma propaganda da Sprite, onde o pai aparece tomando o refrigerante e logo surge a filha, trazendo uma xícara de brinquedo, onde ela passa a servir e ele a beber o refrigerante. A brincadeira evolui, onde ela passa a pintar a si e ao pai com lápis de olho, sombra, batom, põe uns penduricalhos no cabelo, um pouco de cabelo falso, tiara e etc. A campainha da casa toca e ele, pintado e cheio de adereços, atende. Dois homens carrancudos, que provavelmente vieram executar algum serviço da casa, aparecem e o encaram com um ar de desconfiança. Ele então os cumprimenta com um leve aceno de cabeça e abre caminho para que entrem. Assim que eles passam, o pai fixa o olhar em algum ponto além da porta e, com um leve e discreto sorriso de canto-de-boca, deixa escapar toda a alegria daquele momento.

Eu com um com um leve e discreto sorriso de canto-de-boca seguido de um "Ai, ai..." assisto aos dizeres finais do comercial.
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- Sem mais palavras meritíssimo! Sou um pai inveterado!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

DESCULPE A FALTA DE ATUALIZAÇÕES!

POSSÍVEIS FUTUROS PAIS TRABALHANDO, DURO!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Sinal do fim dos tempos - Um breve relato

Nas últimas datas comemorativas, não ganhávamos presentes. Tudo bem, pensava eu. Eram tempos difíceis, qualquer dinheirinho era importantíssimo, mas a Dona Genô tinha ganhado algumas lembrancinhas. Sem problemas, pensava eu. Quando as coisas melhorarem, vou fazer um upgrade no PC, pra poder jogar melhor. Nosso PC novo é bom, mas não dava pra jogar alguns jogos novos, por falta de placa de vídeo, memória RAM, etc., porém Dona Genô resistia. Já brigávamos muito pela exclusividade daquele cérebro de silício.

Pois o tempo passou, e já era hora. Vou fazer o upgrade do PC, pensei eu. Neste momento, Dona Genô plantou a semente da dúvida na minha mente: "Quem sabe tu não faz o upgrade e compra um PLAY2?". Ó CÉUS, Ó VIDA! E agora? Depois de muito pensar, e já conhecendo claramente as reais intenções da moça, decidi ficar com o videogueime, certo de que esta escolha determinaria a minha alegria, a minha felicidade, a minha total liberdade no parquinho de diversões dos jogos eletrônicos. Pensava eu.

Hoje brigamos pelo PLAY2. O PC está vegetativo.

Detalhe sórdido: ontem, às dez da noite, uma colega dela, de trabalho, liga lá pra casa pra ter dicas de um JOGO. De PLAY2, é lógico!

Acho que vou voltar pra casa do pai...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Three Little Birds

Que coisa, não? A expectativa me matava, a muito tempo, mesmo antes do primeiro Natele da Dona Genô. Aí vieram os exames. Trinta dias pra regularizar a tireóide da moça, mais uns dias por desconforto no joelho... Acho que amansei, mas isso é bom. A expectativa exagerada podia gerar algum estresse e complicar as tentativas, por isso eu estou naquelas de "Don't worry about a thing / Cause every little thing is gonna be all right". Só não estou fazendo uso de nenhuma substância psicotrópica, mas de resto, é por aí mesmo.

Pudemos arrumar um pouco mais a cabeça, conversamos bastante, e agora as coisas estão mais claras do que nunca. A única coisa que não conseguimos arrumar foi a bagunça no quartinho. A família é bagunceira, sabe como é...

Mas por enquanto, vamos seguindo a filosofia rasta de amor e paz. A bandeira do Rio Grande tem as mesmas cores da bandeira rasta, não? Que coincidência!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Rotina

O dia iniciou normal, típico e rotineiro. Lia acordou, tomou seu café com a família, arrumou sua pasta e correu para pegar o ônibus. Sempre se atrasava, sempre chegava correndo, e Jorge, o motorista, cumpria os metros daquela quadra vagarosamente, pois sempre avistava Lia e seus negros cabelos esvoaçantes a romper o asfalto a passadas desajeitadas. Algumas vezes já vira a garota cair em meio aos seus papéis no meio da rua, que era tranqüila. Sentava sempre no mesmo banco, ao lado do adolescente de headfones. Fazia a viagem ouvindo música, pois o volume era altíssimo. À esquerda, uma senhora gorda mastigava o seu pão com mortadela. No banco da frente, um negro forte usando regata da academia. Às costas, Seu Vicente, o músico. Carregava no estojo o belo saxofone e volta e meia solfejava alguma canção. À frente da mulher gorda, uma mãe e seus dois filhos. Aguardava mais um. Eram comportados até, mas sempre achavam um jeito de fazer alguma pirraça e infernizar os passageiros. Atrás da gorda, um rapaz de óculos que tentava todos os dias puxar assunto com ela, porém, Lia sempre chegava ao ponto antes dele conseguir pronunciar alguma palavra.
A semana se arrastava corriqueira. O mesmo desjejum, o mesmo ônibus, as mesmas pessoas, o mesmo trabalho. A vida de Lia era chata e cansativa. Assim, entrou em depressão. Foi até a farmácia e comprou calmantes. Tomou-os ali mesmo, em frente ao estabelecimento. Todos.

Lia não tomou o ônibus na semana seguinte. Havia entrado em coma devido ao excesso de medicamentos. Dois verões depois ela acordou. Era manhã e todos da família estavam no quarto do hospital, alimentando-se. Não sentia os membros, tinha a boca seca. Olhou ao redor. Todos tomavam café. Seus pais, o irmãozinho, Jorge, o motorista, a mulher gorda e uma mortadela enorme, o negro forte de regata, a mãe com três filhos, e o guri dos headfones, tudo isso com o fundo musical de Vicente e seu saxofone. Tentou falar, mas as palavras não saíam. Tinha um tubo na boca. Tentou retirá-lo, mas não pode. Não tinha forças. Movia os olhos, torcendo para que alguém percebesse, mas não obteve sucesso. A situação era aterradora. Ela chorava, mas não vertiam lágrimas de seus olhos. Foi quando ele chegou. O rapaz de óculos. Trazia consigo um enorme buquê de flores e bombons, que depositara sobre a mesa de cabeceira. Tomou a mão de Lia e a acariciou. Quando deslocou a visão para seu rosto, chocou-se. Vira os olhos da moça arregalados, numa expressão de terror. Chamou apressadamente as enfermeiras. Com a mão direita dela sobre a sua, acariciou seus cabelos com a esquerda, enquanto pedia calma. Usava expressões como "meu bem", "meu amor", "querida". Expressões que deixavam Lia cada vez mais confusa. Com a chegada das enfermeiras, ele fora afastado, e, neste momento, pôde ver a vistosa aliança na sua mão esquerda. Tomada de desespero, tentou olhar sua mão. Também tinha uma aliança do mesmo tamanho e formato.
Estava completamente perdida e confusa. Estaria casada? Por que todos comiam enquanto ela tentava se comunicar? Por que o pessoal do ônibus estava lá? E por que Seu Vicente tocava sax em pleno hospital?
Lia havia despertado há algumas semanas. Por alguma complicação neurológica, não falava e aos poucos, com fisioterapia, recuperava os movimentos. Enquanto isso, Mark, o rapaz de óculos, mostrava álbuns de fotografias, onde eles apareciam juntos em diversos lugares, inclusive numa visita ao Taj Mahal. Mostrara fotos do casamento, lua de mel, da casa dos dois. Tentava recuperar o passado perdido. Porém, todo dia tinha a mesma rotina. A família tomando café junto com Jorge, o Motorista, a mulher gorda e sua mortadela, o negro forte com sua regata da academia, a mulher e seus três filhos, o adolescente de headfones e Seu Vicente, tocando sax. Chegara a tal ponto que aquela vida já não lhe era estranha. Era confortável. Era rotina. Amava Mark e tudo o que ele significava em sua existência. Queria voltar a viver com ele e conhecer o mundo e um mundo diferente. Faziam planos, viagens, bens para a casa nova, teatro, cinema, shows. Era tudo maravilhoso, até que uma enfermeira os interrompe. Com um forte puxão, joga Mark longe e começa a dar tapas em seu rosto. Lia gritava pedindo que parasse, mas ela não parava. Lia tentava lutar, mas ela não parava.

Ela falava alto "Lia acorda!", e repetia várias vezes. Com as mãos, Lia tentava afastar a agressora, mas não conseguia. Resmungava. Ela acordara em outro hospital, agora com os pais ao lado.
- Filha, você está bem? Tomamos um susto! - Perguntou o pai.
- Onde eu estou? Cadê todo mundo?
- Não tem mais ninguém aqui filha, só nós dois. O Bruninho ficou na vovó! - Respondeu a mãe.
- Você tomou muitos calmantes e acabou desmaiando na rua. Tiveram que fazer uma lavagem estomacal, mas você vai ficar bem! - Continuou o pai.
Recobrando a consciência, lia compreendeu tudo. Fora tudo imaginação, uma alucinação. Fruto da overdose de calmantes. Mas e se as respostas estivessem ali? Que tipo de respostas estariam presas à sua mente e libertadas em forma de metáforas neste momento de "lucidez alucinada"?
Voltaram pra casa no mesmo dia. Ela reencontrou familiares e amigos e tranqüilizou a todos, dizendo que não repetiria aquilo. Até para Lia aquilo parecia ter sido uma tremenda bobagem, uma infantilidade. Não o repetiria. Não mesmo. Descansou por três dias. Na quarta-feira, levantou-se. Era hora de voltar ao trabalho. Mas não seria tudo igual. Mudaria o curso das coisas. Levantou-se mais cedo, tomou um belo banho, vestiu sua melhor roupa, perfumou-se e saiu com sua pasta a tira-colo. Deu bom dia à família e saiu, sem comer. Chegou à parada e esperou o ônibus de Jorge por dez minutos. Entrou pisando forte. Passou pela mulher, seus dois filhos e a barriga, passou pelo negro forte com a regada da academia, passou pelo adolescente de headfones, passou pela mulher gorda e seu sanduíche de mortadela, passou pelo Seu Vicente e seu belo sax no estojo, que solfejava alguma canção e chegou a Mark. Parou à sua frente, firmou as pernas, para não perder equilíbrio, jogou sua pasta sobre o banco e, olhando em seus olhos disse:
- Eu te amo!
Tascou-lhe um tremendo beijo. Jorge parara o ônibus. As crianças ficaram quietas, a mulher teve um desconforto ao virar para trás. O negro forte encheu os olhos de lágrimas, o adolescente tirou os headfones, a mulher gorda deixou cair a mortadela (ficou só com pão e manteiga) e Seu Vicente, já estava tirando o sax do estojo quando Mark reagiu:
- Stop! Are you insane?
- Como? - Perguntou Lia, atônita.
- Você estarr maluco? - Repetiu Mark.
- Não, não estou maluca. Estou apaixonada por você, Mark! - Disse lia, com o coração acelerado.
- No, no, no! I'm not Mark! My name is Stefan, and I'm gay! - Disse o rapaz, estupefato.

Silêncio total no ônibus.

- Não pode ser! Fomos perfeitos um pro outro! Você tenta todos os dias puxar assunto comigo neste ônibus! - Retrucou Lia, incrédula.
- Sim, você estarr coreto! But eu quererr dizerr que seu cabelo is fantastic, but until this day eu não saber how to say that! I'm sorry!

Lia quebrou seus próprios paradigmas. Mudou sua rotina, conheceu novas pessoas e arrumou um namorado, porém é Stefan, que continua chamando de Mark, seu melhor amigo. Juntos conheceram diversos cartões postais brasileiros e o Taj Mahal. Lia, desde então, não gasta mais nada em salões de beleza.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Sinal verde!

Tireóide regularizada! Agora é só fazer o último pit stop na gineco e correr pro abraço (literalmente). Infelizmente a Dona Genô vai iniciar a corrida com problemas na suspensão (o joelho, não tem jeito, vai sofrer um pouco), mas a equipe dos boxes tá preparada e bem treinada pra que tudo dê certo. Ela vai ter que acelerar um pouco mais, mais algumas voltas na pista, a fim de eliminar mais combustível, visando não prejudicar o seu desempenho durante o trajeto, já que contará com aproximadamente dez quilos extras. Já planejamos os treinamentos, onde provavelmente participarei. Estamos prontos!

 

Adoro metáforas!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

FIREBIRD

Roberta. Sim, você conhece pelo menos uma Roberta. Morena de olhos verdes, 18 anos, cabelos ondulados. Linda. 1,79m, corpo rijo escultural coberto por uma pele macia e cheirosa. Extremamente manipuladora e envolvente. Roberta é daquelas mulheres que faz sacerdotes católicos abandonarem a batina renegando o Senhor e virando fãs de Iron Maiden, passando os últimos dias de sua vida ouvindo “The number of the Beast” o dia todo nos headfones no último volume. Ela é da pior espécie de “Roberta”: extremamente inteligente. A mulher fatal.

Era uma segunda-feira à noite. Seu primeiro dia de aula na faculdade de direito. Filha de dedicados e abastados advogados, sua última preocupação era com dinheiro, mas mesmo assim não ostentava. Usava roupas simples, tinha carro popular. Não ia a festas, não consumia drogas legais ou ilegais. Sempre estudou muito, tinha notas maravilhosas. Ajudava em casa, com os afazeres domésticos e adorava passar longos períodos com a família, seja assistindo filmes ou arrumando a casa. A filha que todo pai pediu a Deus. Sua única diversão era manipular os homens. Podemos dizer que ela se empenhava muito nisso.

Entrou na sala onde um senhor com poucos cabelos organizava uma pilha de papéis sobre uma mesa grande, em frente ao quadro negro. Era o professor da primeira cadeira. Tirando a falta, seus cabelos eram bem cuidados. A camisa estava bem passada para uma pessoa que daria aulas ou trabalhasse o dia todo. Pelo colarinho perfeitamente branco, viu que era uma camisa nova. Usava terno verde-musgo, tipo camurça. A gravata era discreta. Tinha uma vistosa aliança na mão esquerda. Aproximou-se. Perfume amadeirado.

- Boa noite, professor! – Estendeu-lhe a mão – Sou Roberta! Muito prazer!

Disse essas palavras inclinando levemente a cabeça para a esquerda. Seus olhos cintilaram ao encontrar os do professor. Gaguejando ele respondeu:

- Bo-Bo-Boa noite! Sou o professor Antunes! Seja bem vinda à minha classe. Queira sentar-se, por favor. Já vamos começar.

Ela virou-se após mostrar-lhe os dentes brancos em um iluminado sorriso. Virou-se tão rapidamente, que fez a sua leve saia rodopiar e revelar suas coxas torneadas. Antunes passou o dedo entre o colarinho da sua camisa e o pescoço. Sentiu calor.

Roberta dirigia-se a uma carteira vazia, próxima à mesa do professor. Sentia os olhares da classe a tocar seu corpo. Gostava disso. Sentou-se e puxou da pasta o caderno, o estojo com suas canetas coloridas e alguns livros. Já tinha seu primeiro alvo. O professor Antunes.

Seis meses se passaram. Antunes resistia às tentativas de Roberta, mas não era uma tarefa fácil. Ela mostrava-se cada vez mais maliciosa. Abusava dos decotes, das roupas provocantes. Lançava-lhe olhares penetrantes, fazia caras e bocas que estavam tornando a vida do calvo professor um inferno. Seu casamento não ia bem há muito tempo. Já não conversavam mais e sexo, nem pensar. Cogitava encontrar outra pessoa, mas não podia fazer isso com uma aluna. Era demais! Seguia resistindo. Seguia acreditando no seu casamento.

Roberta tinha encontrado um ótimo desafio. Antunes resistia a mais de nove meses. Era um recorde pessoal. Nunca um homem havia resistido tanto tempo. Precisava tomar atitudes drásticas. Esperou o final da aula e decidiu acompanhar o professor até o seu carro. Já era tarde e o estacionamento estava vazio e muito escuro. Entre uma parede e o Pontiac Firebird 1968, Roberta roubou-lhe um beijo. Antunes já não suportava mais tanta pressão, e acabou cedendo. Fizeram sexo ali mesmo, sobre o capo negro do reluzente Firebird. Era algo agressivo, animalesco. Terminaram arfantes. Ela escorada no veículo, ele no muro. Algo havia mudado entre os dois. Ele horrorizado, ergueu as calças e entrou correndo no veículo. Ela, com um sorriso triunfante no rosto, afastou-se enquanto ele arrancava cantando pneus. Conseguira.

Noite seguinte. Antunes estava de costas para a porta. Falava ao telefone quando Roberta chegou. Aproximou-se sorrateira para ouvir a conversa.

- Sim querida. Às quinze horas, no quarto cinco do Panteon. Use aquela vermelhinha que eu te dei, certo? Um beijo, safadinha!

Afastou-se. Ele não estava ainda a seus pés. Tinha outra! E ela precisava descobrir. Bolou mais um de seus planos maquiavélicos.

No dia seguinte, acordou cedo. Foi às compras. Adquiriu uma extraordinária lingerie vermelha. Ressaltava admiravelmente seus dotes físicos. Algo irresistível. Foi ao motel, seduziu o recepcionista e entrou no quarto número cinco. Tomou um belo banho, ligou a hidro, pôs um CD com músicas sensuais, perfumou o ambiente e aguardou. Às quinze horas e dez minutos ouviu o motor do velho Firebird parar na garagem. Ouvia beijos, murmúrios e gemidos. Estavam subindo as escadas. Era hora da festa.

Abriram a porta com um forte empurrão. Já estavam se despindo. Roberta estava no banheiro, usando apenas um sobretudo de couro sobre a roupa íntima cor de sangue. Aquela era a hora. Foi entrando no quarto, abrindo o sobretudo. Os dois já estavam na cama. Ela sobre ele, vestindo lingerie vermelha.

- Oi! Vim participar da festinha! – Disse Roberta, sorridente.

Sem entender o que ocorria, foram parando até que avistaram a moça semi-nua.

- Roberta?!?!?!?!? – Disse Antunes.

- Roberta?!?!?!?!? – Disse Cláudia.

- Mamãe?!?!?!?!? – Disse Roberta.

Nesse instante, dois homens invadem o quarto. Um deles com uma câmera fotográfica profissional, aquelas com lentes objetivas.

- Eu sabia Cláudia, sua cachorra! Roberta?!?!?!?!? O que você está fazendo aqui minha filha?!?!?!?!?

Fim de ano, férias enfim! Roberta venceu o primeiro ano da faculdade de direito. Foi a primeira da classe. Gabaritou quase todas as provas. É um gênio. A mãe, como não poderia deixar de ser, perdeu tudo no divórcio e vive hoje com o professor Antunes, que também perdeu tudo que tinha. A pedido de Roberta, o pai não processou os dois por ter tentado seduzi-la, o que poderia implicar na prisão dos dois. Ela vai aproveitar o verão com os amigos na casa da praia, com o pai, que desfila pelo litoral com um belíssimo Pontiac Firebird 1968.

domingo, 6 de julho de 2008

Pimentinha

Ontem levamos a nossa cachorra primogênita, a Menina, ao consultório da veterinária. Ela está com alguns problemas no pêlo. Dissimulada e aproveitadora, ela se joga no colo da doutora Simone. A doutora, por sua vez, faz festinha, abraça, coça a barriga e ela se entrega... Conversa vai, conversa vem e Dona Genô solta essa:

- Olha, nós temos que tirar cria da Pandora no próximo cio! Temos que achar um namorado pra ela, URGENTE!

Ãhm? Não entendi?

Ela vai "engravidar" do primeiro cachorrão que chegar chamando ela de "Cachorra"? Ele tem residência fixa? Tem uma remuneração? Como são os pais dele? Como não vou saber se ele não fica por aí cheirando o traseiro de outras cadelas? E ela! Não trabalha, não tem remuneração, vive com os pais, não tem como se sustentar! Divide a casa com a "irmã", brigam bastante... Como vai cuidar dos filhotes, sozinha, sem dinheiro, sem plano de saúde?

ONDE ESTÁ O PLANEJAMENTO???

Não sei qual expressão usar no final... seria:

“PIMENTA NOS OLHOS DOS OUTROS É REFRESCO!”

???

quinta-feira, 3 de julho de 2008

À Vinegrete

Poisé... Férias né gente... Dêem um desconto, ok?

Mas estamos voltando... Até pegar o ritmo novamente, precisamos de um pouco de paciência...

O fato é que eu e Dona Genô estamos aguardando. Fizemos uns exames e descobrimos que ela está com uma pequena disfunção na tireóide. Alguns comprimidinhos durante trinta dias e uma amostra de sangue depois saberemos se tudo está ok novamente, mas por enquanto, planos adiados. A vontade de que tudo dê certo é muito maior do que a de fazer um bebê agora. Enquanto isso, pratiquemos os ensaios!

Por falar em ensaios, enquanto aguardávamos a consulta, tomei em minhas mãos a singela edição da revista Crescer (acho que é esta). Não me recordo agora qual é a edição, só sei que tinha uma matéria muito legal sobre como tentar escolher o sexo do filho. Uma das dicas para facilitar a vida dos bichinhos fator "X" era dar um banho na dita-cuja com uma solução de vinagre... :O Hehehehehehehe! Imagina se a moda pega?

Brincadeiras à parte, sempre quis ter uma menina antes, por saber que elas, as meninas, amadurecem mais cedo, são mais carinhosas, etc. É um desejo meu. Acho que até facilitaria um pouco no momento de ter um segundo filho. Aceitação, cuidado, atenção.

Eu sei, eu sei! Tá bom! Calma!

Eu sei que depende! É um sentimento meu. Dona Genô não é lá muito de agarra-agarra com a mamãe, já meu cunhado...

Sei lá, mas se algum de vocês me disser que esses "truques" funcionam, lá em casa vai rolar até Vinagrete!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Sono Violentado

Mais uma segunda-feira inicia, mas diferentemente das outras, ela interrompe violentamente o meu sono.

Dona Genô iria trabalhar de carro hoje, porém não esperou o portão abrir. Deu a ré e BAM! Quando ouvi a batida dei um salto da cama. Quando ouvi um grito, me chamando, fiquei um tanto aflito, mas quando começaram as primeiras maldições ditas por ela, já percebi que estava bem. Faltava descobrir o tamanho do estrago.

Felizmente, o carro não sofreu muitos danos. Alguns arranhões e só. Já o portão... Estamos agora, nove e meia da manhã, esperando chegar o nosso socorrista. O problema é que vamos ficar reféns do orçamento. É o preço.

Dona Genô, como já falei antes, (se ela estivesse lendo o que estou escrevendo agora, iria ficar "P" da vida) é um tanto "distraída", pra não dizer estabanada mesmo. Ela não faz por mal, eu sei. Às vezes ela exagera em alguns cuidados e esquece outros, ou não presta a devida atenção ao que está fazendo. Faz parte.


Acho que já tenho que cuidar de um bebezinho em casa... É carinhoso, tá?

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Como diz o D2: "Planta o amor pra colher o bem!"

Há dias e há dias, não tem jeito.

Tem dias em que uma bela florzinha, banhada pelo orvalho, reluzente à luz do sol pode ser uma ameaça mortal ao seu humor. Você então arranca a maldita, esmaga, pica em milhões de pedaços, táca fogo e fica em volta arfando, bufando de raiva. Não tem jeito, acontece. E não me olhe torto, com aquele sorrisinho no rosto, de como quem diz "Prá quê tudo isso, éin?". Capaz de sobrar pra você!

Tem outros que tudo pode acontecer, e nada estraga o seu humor, como topada na cama, chinelo perdido, piso frio, falta de luz, banho gelado, falta de pasta de dente, leite azedo, louça suja, carro enguiçado, ônibus lotado, carteira roubada, chefe irritado, trabalho atrasado, almoço frio, picada de abelha, queda da escada, horas extras não remuneradas, ônibus lotado E atrasado, geladeira vazia, falta d'água, cama quebrada, vizinho barulhento, insônia, mulher com TPM, que você continua cantarolando, o tempo todo:

I'm singing in the rain
Just singin' in the rain
What a glorious feeling
I'm happy again
I'm laughing at clouds
So dark up above
The sun's in my heart
And I'm ready for love
Let the stormy clouds chase
Everyone from the place
Come on with the rain
I have a smile on my face
I walk down the lane
With a happy refrain
Just Singin', singin' in the rain
Dancing in the rain
I'm happy again
I'm singin' and dancin' in the rain
I'm dancin' and singin' in the rain

Com certeza, todos buscam viver mais dias cantando na chuva do que destroçando florzinhas, porém essa é uma realidade que nos acompanha demais, principalmente nesses tempos em que a nossa sociedade anda cada vez mais sinistra, perversa e obscura, e isso realmente me assusta. No dia em que cantamos na chuva, criamos obras de arte. Atraímos o bem, iluminamos o dia de alguém. No dia em que buscamos descarregar nossas frustrações, não são exatamente florzinhas que destroçamos. Esses dias são perigosos, pois podemos estragar o dia daqueles à nossa volta, brigamos, batemos ou chegamos ao cúmulo de jogar crianças indefesas pela janela. A realidade é nua e crua. Trate de engolir o choro e digeri-lo, pois isso tudo só depende de nós. Da nossa vontade, do caminho que vamos tomar, do quão são somos ou estamos. Preste atenção. Olhe em volta. Há sempre um motivo pra cantar, pois mais escuro que esteja.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Testando, um dois três... Ssssssssssssssssom!

Vâmo tentando, um dia fica bom...
Sensações II
Viriatto molhava o pão no café-com-leite. Um hábito detestável por muitos, mas amado por Ana Lúcia. Quando subiam a rua, cedo pela manhã, em direção à padaria, Ana Lúcia já imaginava aquele pão francês encharcado de leite e café amargo. Sonhava com aquilo, tinha prazer com aquela imagem, mas nunca tivera coragem de contar ao marido. O que ele pensaria dela? Uma tara estranha, diriam, mas funcionava muito bem para Ana Lúcia, melhor que aqueles acessórios que se compra em lojas especializadas.
Já não formavam um casal jovem, beiravam os quarenta, e sua paixão havia sossegado, dando espaço a uma vida tranqüila, sem aborrecimentos e sem acontecimentos novos. Ana Lúcia sempre quis ser mãe, mas Viriatto nunca topara, pois dizia que o dinheiro que ganhava na repartição era muito pouco pra sustentar um bebê, porém mantinha uma vasta e variada coleção de miniaturas de aviões caríssimos no escritório de casa. Ele passava o tempo que dispunha livre montando seus aeromodelos, e ela lendo e assistindo TV. Ana Lúcia fazia serviço comunitário. Ajudava a manter uma creche que ficava a caminho do serviço do marido. A verdade é que, por muitas vezes, Ana Lucia sentia-se infeliz. Sempre que passava por isso, trabalhava mais tempo na creche, porém aquilo se tornava cada vez mais comum e, em um belo dia, decidiu tomar alguma atitude. Ligou para o marido e pediu que ele não a buscasse hoje, pois iria demorar mais tempo no trabalho, porém voltou mais cedo pra casa.
Preparou um belo jantar. A grande mesa da sala de jantar deu lugar à mesinha no terraço. Preparou o lugar com flores e velas. Jogou lençóis vermelhos sobre o sofá da sala de estar, tomou um banho demorado, vestiu seu melhor vestido, a melhor lingerie, perfumou-se. Mais ou menos no horário normal, Viriatto chegou a casa. Abriu a porta de casa e viu, sob seus pés, uma folha de ofício com muitos corações vermelhos desenhados e, escrito com uma rebuscada letra “SUBA!”. Depôs a pasta de couro marrom sobre o aparador, largou as chaves e subiu. Encontrou Ana Lúcia maravilhosa, sentada no sofá, exibindo um lindo par de coxas sob o vestido transparente. “O que é isso?”, perguntou atônito. Ela, por sua vez, não respondeu. Beijou apaixonadamente o marido, que logo abriu um sorriso. Sentaram-se à pequena mesa, e saciaram a fome. Feito isso, Ana Lúcia tomou o marido pela mão e o levou ao banheiro, onde uma banheira morna e perfumada os esperava. Trocavam beijos e carícias, riam alegremente. Dado momento, ela ergueu-se e saiu da banheira. Pediu que, em alguns minutos, o encontrasse no terraço. Viriatto, impressionado e encantando com tudo aquilo, atendeu prontamente o pedido da esposa. Aguardou alguns minutos e subiu de roupão. Lá estava Ana Lúcia. Nua, sentada à frente da mesa. Sobre o móvel um bule de café, uma jarra de leite e uma cesta de pães. Ele pouca atenção deu à refeição servida, estava saciado, e partiu em direção à esposa, que estava linda. Ela o repreendeu com carinho e pediu que sentasse e tomasse o café. Contrariado ele atendeu. Serviu um pouco de café preto e bebeu, partindo para nova investida. Ana Lúcia o interrompeu novamente, perguntando: “Não quer leite e pão, meu amor?”. Entre urros e sussurros ele disse não.
Ana Lúcia aos prantos, vestida só com seu roupão, deixou o apartamento. Vagou pelas redondezas durante toda a perigosa madrugada. Cansada de tanto caminhar e chorar, perto das seis da manhã, resolveu parar em um boteco qualquer, às redondezas de um posto de gasolina. Procurou uma mesa afastada, sentou-se. A certa altura, uma porção de caminhoneiros tentavam se aproveitar dela. O dono do boteco já não conseguia mais conter os ânimos, quando Viriatto irrompe o tumulto, gritando e socando alguns. Arrancou a esposa de dentro do bar a muito custo e a levou de volta pra casa, sem pronunciarem uma só palavra.
Viriatto e Ana Lucia não trabalharam no dia seguinte. Perto das três da tarde, ele a despertou com um beijo. Nos braços trazia uma larga bandeja de café da manhã, que consumiram juntos à cama. Conversaram muito, trocaram carícias e então ele molhou o pão no café com leite.
Depois daquele dia, Viriatto nunca mais tocou na coleção de aeromodelos, e pelo menos três vezes na semana tomam café da manhã no quarto.

Theobaldo e Siadora

Eu e Dona Genô estivemos em São Paulo neste fim de semana, para encontrar Motherns de todo o país, tendo como desculpa o aniversário da Mari da Greice, que por sinal estava ótimo. Gente bonita, alegre e feliz, com lindas crianças travessas. Foi ótimo! Poucas vezes nos divertimos tanto! Eu me diverti tanto que quase acabei no hospital com uma crise de bronquite, mas tudo bem. Faz parte.

Duas figurinhas marcaram muito esta viagem. O Theobaldo e a Siadora.

O Pequeno Principe Theobaldo e a Malucona Siadora.

Theobaldo faz jus à alcunha. Reina soberano em seus domínios. Acho esse rapaz muito interessante. Tem uma paixão incomum pela música. É multi instrumentista. Toca desde violão a placas de carros, passando por maracas, tambores, chocalhos e toda a sorte de instrumentos de percussão. Mas vocês acham que o talento dele pára por aí? Enganam-se. Além de toda essa aptidão e desenvoltura musical ele é um ótimo produtor. Sempre atento aos detalhes de cada cenário, ele cobra duramente os músicos convidados, e não tolera erros, por menores que sejam. É um detalhista. No final, fica atento às palmas, para que possa fazer a avaliação de sua apresentação. Já falei que ele canta também? Pois é! Não é demais esse carinha?

A Malucona Siadora é demais! Acho que ela ainda vai dar muito trabalho, principalmente se começar a brincar com os meninos. Papai e mamãe que preparem um bom estoque de mercúrio, mertiolate e gaze, pois ela vai render muitos cabelos brancos e noites mal dormidas. Acredito que ela vai adorar esportes radicais, como escaladas, saltos de pára-quedas, bungee jumping, velocidade. A guria é um estouro em matéria de audácia, resistência e energia. Definitivamente não parece aquele mineirinho clássico do folclore nacional, mas toda essa disposição tem um contraponto muito interessante. Ela é um doce! É carinhosa e adora um carinho. É apaixonante! Eu estou apaixonado por ela! Acho bom o papai guardar um facão ao lado da caixa de primeiros-socorros...

Que Papai-do-Céu seja generoso com esse que escreve, pois essas duas jóias já guardam um grande espaço no meu coração...

Testando, um dois três... Ssssssssssssssssom!

Tô fazendo um teste... Escrevi um pequeno conto, e gostaria de saber a opinião daqueles que lêem o meu blog. Ainda hoje teremos mais um post, sobre o principal assunto deste espaço. AGUARDEM!
Sensações
- Não! - Gritou João Paulo.

Acabara de virar uma xícara do seu delicioso café sobre o notebook novinho que, entre resmungos e estalidos apagou-se. Era tarde demais. Iria perder tudo. Tratou erguer o aparelho de forma que todo aquele líquido quente escorresse pelos seus pequenos orifícios. João Paulo era um homem diferente, desapegado a bens materiais, muito ligado às pequenas coisas da vida, mas estava aflito. Havia investido cerca de quatro mil reais no aparelho. O livro que estivera trabalhando durante os últimos seis meses e o backup estavam nele. Qualquer um cairia profunda tristeza e depressão criativa, mas se alguém observasse a cena de longe, viria que João Paulo permanecia sentado. Num rápido movimento ele erguera a caída xícara negra de porcelana e nela aparava o café derramado.

Certo que nenhuma gota mais sairia pela conexão USB, jogou o computador com força sobre a mesa e sorveu um gole do café, sem se importar com pêlos, restos de pele, pó e toda a sorte de coisas nojentas que se prolifera de "A" à "Z" no seu teclado. Cuspiu. Estava morno. Jogou a xícara pela janela e o notebook no chão. Passou a pisoteá-lo com raiva. Nunca mais iria sentir o sabor daquele que fora o mais perfeito café que preparara. Caiu ao chão, chorando.

Passados alguns minutos, ouviu algo bater à porta. Eram batidas duras, de algum objeto de consistência firme. Fazia frio naquela época. Seu apartamento era no quarto andar, não tinha elevador. Não recebia visitas. Mal saía de casa. Ergueu-se secando as lágrimas e atendeu ao chamado. Abriu a porta.

Era a vizinha do primeiro andar. Ela era linda. Morena de olhos azuis, uma Deusa. Trazia na mão esquerda a xícara preta que jogara pela janela e na mão direita outra xícara, branca, com algum líquido fumegante. Ela não falava, quase gritava. Dizia que xícara havia caído sobre um balde de roupas brancas que iria começar a lavar e agora estavam manchadas. João Paulo estava abatido, debilitado. Ouvia os xingamentos e se encolhia, cada vez mais, quando aquilo aconteceu. Fora tomado por uma sensação diferente, semelhante à que vivera há alguns minutos. Seu coração palpitava, o sangue recebera uma injeção generosa de adrenalina, sua garganta secou, começou a ter a visão alterada. Ele alinhou o corpo, respirou fundo, olhou no fundo dos olhos azuis da vizinha e fez. Com as mãos suadas, agarrou firmemente a xícara e sorveu um longo gole do café da xícara branca. Foi tomado por um arrepio que lhe subiu da lombar ao pescoço, fazendo seu corpo tremer, num reflexo do prazer alcançado.

Acordou algumas horas depois, com um galo da cabeça, a xícara preta partida ao seu lado e uma nova história para contar.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

África do Sul de Bombachas!

Cuidado gente...

Lembram das minhas considerações sobre futebol, há pouco tempo atrás? Pois é, hoje volto a falar de futebol, porém de um problema que INICIA com o futebol.

Todos sabem do bairrismo gaúcho. É fato! Eu mesmo sou MUITO bairrista, porém como tudo na vida, há limites. Quando feito de forma saudável, de forma que não ofenda ou fira ninguém, é bonito e/ou engraçado. É uma forma de blindar nossa cultura que, se não é a mais arraigada entre os povos brasileiros, é uma das primeiras.

Eu tenho muitas preocupações quanto ao bairrismo destrutivo. O gaúcho consegue ser bairrista no Rio Grande. A melhor cidade, a terra disso, a terra daquilo, campeão disso ou daquilo. Dá briga, bate boca, socos e pontapés. O gaúcho porto-alegrense consegue ser bairrista dentro da cidade, disputando atenções e criando uma "guerrinha" desnecessária. Aí você me pergunta: onde entra o futebol?

No Rio Grande, muitos não gostam se você não torce por azuis ou vermelhos. Em Porto Alegre, não admitem. Ou você é azul e anti-vermelho ou vermelho e anti-azul. Aqui, o jornalista que assumir sua preferência clubística é crucificado. Se a governadora ou o prefeito ou o diretor da escola ou o dono da padaria faz "merda", é por que é azul ou vermelho. Essa intolerância e discriminação é tão absurda quanto a atitude do sr. Dick Advocaat, o holandês técnico do Zenit, time russo, campeão da Copa da UEFA, que não admite negros no seu time. Estaríamos nós criando um novo tipo de racismo? A algum tempo um torcedor azul foi morto por torcedores vermelhos por desfilar com orgulho com sua camiseta. O inverso também é comum.

Como vier numa época em que mais precisamos contar uns com os outros com tamanha intolerância?

Pode parecer uma preocupação genérica, mas sempre imagino como o maior problema global poderia afetar a minha casa, minha família. É como se ativasse um "zoom" pra dentro do problema. Criamos discussões e debates sobre alguns assuntos, muitas vezes inflamados, porém sempre com resultados positivos.

Sou intolerante à intolerância!

Não quero ver meu filho sendo discriminado na rua. Não quero que ele sofra com isso. Imaginem, no devaneio mais louco, médicos para azuis e vermelhos, bairros para azuis e vermelhos, leis, políticos, polícia, professores...

"Meu senhor, o senhor não pode trazer o seu filho azul aqui, pois esse hospital é pra vermelhos! Saia já daqui antes que eu chame a segurança!"

"Soldado Da Silva, encana esse vermelho aí! Ninguém manda ficar passeando aqui na área azul! CÁGA-LHE A PAU!"

Não dá gente! É o Apartheid Colorido, a África do Sul de Bombachas!

Acho que vou começar a torcer pelo vôlei...


terça-feira, 13 de maio de 2008

Caiu a ficha!

Estamos praticamente na metade de maio. Pelas nossas contas e conversas, temos aí uns trinta dias para a abertura oficial dos trabalhos. Está tudo correndo bem até agora. O suplento sendo administrado corretamente, Dona Genô trabalhando forte na hidro, as "regras" vindo normalmente. O ambiente está pronto. Mas...

Conversamos neste fim de semana, sobre a preparação, e foi quando o choque da realidade atingiu a Dona Genô, ela parou. Imóvel, silenciosa. Bateu o medo e ela chorou. Acredito no choro, acredito no sentimento, mas isso não é nada que um pouco de carinho e atenção não resolva. Estamos nos preparando a muito tempo, e pra mim também é assustador. É a responsabilidade, é a mudança. Não posso comparar, pois são perspectivas diferentes, e para ela muito mais radicais, mas são fortes mudanças. O medo existe, sempre existiu, mas a nossa vontade é muito mais forte, e vamos enfrentar juntos, como sempre foi.

O mais importante de tudo é que somos mais que um casal. Somos parceiros, companheiros. Desde quando namoramos, destaco na Dona Genô essa capacidade de mobilização. Ela me inspira, me dá força, me anima. Tento fazer de mim um espelho dela. Quero ser eu a fonte inspiradora, reenergizante e animadora nesse momento. Sempre pude contar com ela nos momentos mais difíceis, me amparando e empurrando pra frente, de cabeça erguida. Ela me dá força. Agora, mais do que nunca, é minha vez. Vou estar ao seu lado a todo o momento. Somos dois em um, sempre. Daqui a pouco, seremos três. Seremos família.

Don’t worry, baby. I’m here for you!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Chamas da Vingança

Escrevendo o post anterior, lembrei de uma história...
Qual era sua brincadeira preferida?
Essa pergunta é muito interessante, se fizermos ela a pessoas de idades diferentes, principalmente se pusermos lado à lado pessoas com significativas diferenças de idade, certo? Minha mãe, por exemplo, a quase sessenta anos atrás fazia bonecas com sabugos de milho, no interior, meu pai caçava rãs e preás com funda (bodoque) para assar ao meio-dia, como diversão, num mato que rodeava a casa da minha vó. Eu andava de bicicleta, jogava bolinhas de gude, etc. A nova geração já é mais "guri de apartamento", gosta de jogar no PC e ficar no MSN, mas vamos deixar eles de fora, dessa vez.
Na minha época era comum ter rivalidades com a gurizada de outras ruas. Sempre saía briga e era um perigo ser pego sozinho quando eles apareciam. Certa vez, eu e o Chucré, amigão da rua, estávamos comendo goiabas numa árvore quando eles apareceram. Eram uns oito, com suas fundas, e todos disparavam contra nós. Perigoso e dolorido, mas, em outra ocasião, retribuímos a gentileza. O fato é que, fora essas rivalidades, tínhamos também vizinhos terríveis.
Pergunte a algum homem se, na sua infância, nunca teve uma bola fatiada por algum vizinho estressado? Ou que nunca levou uns cascudos do pai por quebrar alguma vidraça, do vizinho xarope? Era muito comum isso acontecer. E nós tínhamos no mínimo cinco vizinhos neste seleto grupo. Mas tinha um que era o principal, o mais ativo, o inimigo número um da piazada: o Alemão.
O Alemão usava um largo e espesso bigode. Tinha um campo que ficava ao lado da nossa rua, onde criava alguns animais. A casa dele ficava exatamente na metade da rua, exatamente no meio do espaço delimitado pelas nossas goleiras de tijolo, exatamente onde a bola teimava em cair. Ele tinha grades baixas, nós pulávamos. Ele pôs grades altas, e nós continuávamos pulando. Ele pôs um cachorro grande, nós distraíamos o bicho e pulávamos mesmo assim. Era uma guerra, e ele sempre perdia. Nós sempre flertamos com o perigo, apesar dos protestos e avisos, éramos sempre desafiados e desafiadores.
Tentamos uma vez fazer um tratado de paz. Nós só queríamos jogar bola, e ele não queria que jogássemos na rua. Não tínhamos lugar pra jogar e ele com aquele campo enorme pra meia dúzia de animais. Não podíamos sequer entrar no campo que acabávamos sendo corridos por paus, facões ou tiros de sal. Um dia resolveram fazer uma reunião, entre ele e alguns pais e saiu um acordo. Ele cederia um espaço no campo pra nós. Foi uma festa. Durante algum tempo, a rua ficou tranqüila. Juntamos dinheiro, montamos a goleira, arrumamos o campo e compramos bola nova. Você podia ver um bando de meninos com pás, enxadas, martelos e pregos nas mãos. Passamos até cal pra marcar o campo!
"Quem muito ri, acaba chorando!"
Com o campo numa lindeza só, éramos só alegria. Certo dia, peguei a bola e comecei a chamar um a um dos meus amigos, nas respectivas casas. Fechado o número suficiente, pulamos o muro e, qual foi a nossa surpresa? O velho havia passado o arado no nosso campo, derrubado nossas goleiras e tinha feito uma pilha enorme de lenha onde era o nosso banco de reservas. Imagine a frustração, depois de tanto trabalho? Dava pra imaginar a cara dele, rindo. Ele havia nos pregado uma peça. Tinha se vingado! Desgraçado!
Mas o mundo dá voltas, né?
Passado algum tempo, já com nossos jogos de volta à rua e toda a confusão retomada, decidimos voltar mais uma vez ao campo, pra conversar sob as árvores, num fim de tarde. No local onde era o nosso banco de reservas ainda estava a pilha de lenha. Um dos guris portava um isqueiro. Era só juntar um mais um. A desforra.
Ninguém nunca mais se esqueceu daquela noite, pois parecia dia. Tacamos fogo naquela pilha de lenha. Naturalmente, fomos corridos a facão e porrete, tomamos sermão até não querer mais, mas nem nossos pais acreditavam naquilo que estavam nos dizendo. Todos se sentiam vingados.
O melhor era voltar a jogar bola na rua, olhar pra ele com um sorrisinho no canto da boca e o ver espumando como cão raivoso.

Toda rua tem um Alemão. Todo grupinho de amigos tem seus inimigos. Bairros têm rivais. Governos têm rivais, mas como o mundo dá voltas e o tempo passa, hoje sou adulto e vou ter filhos. Pra mim hoje é fácil entender o que acontecia, apesar de não concordar com as atitudes dele. Usando minha parca sabedoria sei que é bom ter calma e paciência nessas horas, afinal todos crescem um dia, né?

Estômago de Urubu

Eu realmente gostaria de entender essa disposição ou indisposição de algumas pessoas com relação à alimentação. Lá em casa, segundo a Dona Genô, eu tenho Estômago de Princesa e eu já digo que ela tem Estômago de Urubu. Acho que ela é capaz até de comer comida estragada que nem gases têm! Já eu, se algo não me cai bem, faço o maior fiasco com enxaqueca, vômitos, dores, etc. A explicação mais lógica que eu encontro é na tal vitamina "S".

Sempre fui super protegido quando pequeno. Sabe aquelas crianças que aparentam ter 50kg só de roupas? Pois é. Tinha e ainda tenho renite e bronquite alérgica, e só quem tem bronquite sabe como é. Assim sendo, nunca me deixavam ter contato com os agentes imundos da infância. Sem pé no chão, sem brincar com animais, sem comer terra ou por pedras na boca, banhos de chuva ou brincadeiras no barro. Não fui menos feliz por isso, porém acho que minha imunidade não foi fortalecida nesta época.

Já a Dona Genô não. Pelos relatos que tive da minha sogra, Dona Genô teve várias aventuras envolvendo o submundo microbiano. Não posso narrar com a devida riqueza de detalhes que merece, pois não presenciei, porém eu sei que certa vez ela acabou mergulhando involuntariamente dentro de uma caixa d'água, aquelas com água verde, cheia de larvas de mosquito (hoje isso seria um problema), e acabou bebendo bastante água. Ou então, quando dada por sumida, foi encontrada dormindo dentro do balcão, sob a pia da cozinha, agarrada firmemente a um saco de açúcar, já pela metade. Ah, e sei também que ela acabou tomando seiva de planta (aquele leitinho branco que sai de algumas plantas quando se corta) por iogurte, oferecido pelas suas (mui) amigas.

Vejam como estes fatos foram determinantes à futura imunidade. Lógico que nenhum pai ou mãe deixaria algo de ruim acontecer, pois algum acidente poderia ser fatal, mas não há necessidade de tanta preocupação, principalmente com a limpeza. Relaxe, a vida é assim. Não dá pra ficar limpando tudo a toda hora, nem mesmo ficar de olhos vidrados o tempo todo sobre o rebento. Já aprendi essa! Aos neuróticos de plantão eu digo:

- Um VIVA à vitamina "S"!

terça-feira, 6 de maio de 2008

Eu e meu negro futuro

Salve!

Sou um cara que gosta de futebol. Já pude deixar isso claro nos posts anteriores. É difícil encontrar, embora existam muitos, homens que não gostem de futebol. Por mais que não falem nada durante muito tempo, sempre berra o telefone, com alguém que você não esperava, pra tocar uma flauta. E é por futebol que hoje ando meio deprimido e já vislumbrando meu negro futuro, apesar de não torcer pelo Juventude, que foi massacrado com uma maiúscula vitória do Internacional, oito a um.

O meu futuro é negro.

O Juventude, apesar de sofrer tal humilhação, tem um bom time e um bom técnico. Não passou adiante na Copa do Brasil por detalhe e logo já estará encarando a série B, com grandes chances de retornar à elite do futebol brasileiro.

O Internacional, com um bom time, montado há muito tempo, é o grande favorito aos dois títulos nacionais este ano. Venceu o campeonato gaúcho e deve atingir, bem antes da chegada do seu centenário, a cota de 100 mil sócios, num trabalho maravilhoso iniciado por Fernando Carvalho, o maior presidente que o colorado já teve. Vencendo a Copa do Brasil já estará na Libertadores em 2009, bem cedo. Se não vencer, mole-mole consegue a vaga no Brasileirão, sem precisar ser campeão, apesar de ser o grande favorito. Assim, o ano de 2009 será insuportavelmente feliz para os colorados, principalmente se as minhas previsões para os azuis forem como imagino.

O meu futuro é negro.

Agora vamos falar do meu time, o Grêmio. Depois de perder a final da Libertadores para o Boca Juniors, ano passado, mudou O TIME INTEIRO. Perdeu os melhores jogadores que tinha, perdeu os líderes dentro e fora de campo. Montou um time medíocre, com um técnico medíocre, não contrata nenhum jogador por mais de um ano, está atolado em dívidas, onde a previsão mais otimista diz que as coisas começam a melhorar a partir de 2012, e é sério candidato ao rebaixamento em 2008, pela terceira vez. Se não for neste ano, é provável que caia no ano que vem, no centenário colorado. E o pior é que a diretoria do clube continua achando que tudo está bem. Não há esperança para torcida gremista em 2008. Foi eliminado do Campeonato Gaúcho pelo Juventude (provavelmente a goleada do Inter seria sobre o Grêmio) e eliminado da Copa do Brasil pelo Atlético-GO, um time da terceira divisão, que foi abatido na fase seguinte pelo poderoso São Caetano, da segunda divisão.

O meu futuro é negro.

O cenário atual não é bom e o projetado é pior ainda. De um lado o colorado se fortalecendo, ganhando porte, estruturado e firme, com dinheiro no bolso e grandes competições a disputar, tendo uma torcida empolgada e apaixonada dando dinheiro ao clube, é de se esperar que o Inter domine o Rio Grande durante muitos anos, já que o seu principal rival regional, o Grêmio, está fazendo exatamente o contrário. Não tem um bom time, não tem um bom técnico, não conquista a torcida e está cheio de dívidas. Vai perder espaço para os vermelhos. Por isso o meu futuro é negro.

Dona Genô é colorada e eu gremista. Durante dez ou quinze anos, a história colorada vai estar mais viva, recente, com mais títulos. Em dez ou quinze anos devemos ter adolescentes ou pré-adolescentes em casa, provavelmente fardados de vermelho. Serei o único gremista em um ninho colorado, porém o homem da casa, o pai, o chefe, "o cara", mas sempre à mercê das flautas. Não vou amá-los menos por isso, mas que o meu futuro é negro, é sim. Ou será vermelho?

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Let it roll...

Durante a época de colégio, desenvolvi um profundo gosto por música. Entrei para as aulas de música e lá aprendi alguma coisa, mas nunca me especializei em nada. Comecei com o baixo e aos poucos fui passando pro violão mesmo. Perdi a vaga do baixo pra um amigo que, pelas últimas notícias, estava em Portugal, fazendo certo sucesso com uma banda de forró. Na bateria tocava o negão Tiago, negão mesmo, forte, grande. Levava muito jeito pra música, era multi instrumentista, tocou por algum tempo com algumas bandas gaúchas e gauchescas, não confundam, mas acabou por trabalhar com engenharia de telecomunicações. O pai dele já tinha a empresa, e pra ele ficou mais fácil. Tínhamos até um saxofonista! Ele virou professor de música. Um cara que toca sax tem que ser professor, convenhamos. Era hilário! Ele tocando e fazendo "zoínho" pras gurias... Um sarro!

Bom, eu era o que cantava "menos pior", então fiquei com guitarra base e vocal e o pior, nas duas bandas do colégio, uma de punk rock e outra de pop. Eu ia de Bascket Case do Greenday à Angra dos Reis da Legião. Até que eu fazia certo sucesso com as meninas, com um corpinho mais enxuto, um pouco mais marrento. Era só dizer as palavras certas na hora "H" que ficava tudo bem. Acabava cercado por algumas no fim das apresentações, às vezes. O auge da minha carreira como músico foi num recreio estendido, no fim do terceiro ano. E foi só.

Fim do colégio, fim da banda, fim do sonho de ser músico. Começam as responsabilidades. O vestibular, o emprego pra pagar a faculdade, uma carreira profissional. Meu primeiro sonho era ser músico, mas reconheço que não tinha talento pra tanto, e já havia me conscientizado que a era só uma febre, tinha passado. Minha segunda opção era a Química. Sonhava em ser Químico Industrial. Era a matéria que me saía melhor, a que mais gostava, por que não? Só que eu remava contra a maré. A minha família era formada por contadores e advogados. NENHUM familiar meu, que fez faculdade, fugiu disso. Muito chato! E o pior, a grande maioria funcionários públicos. Não tenho nada contra funcionários públicos, mas acho que essa vida não é pra mim. Vocês conhecem a história dos pescadores japoneses, né? Não? Pra quem não conhece, a história tá aí em baixo. Quem já conhece, pode pular!

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Os japoneses e o problema do peixe fresco

Os japoneses sempre adoraram peixe fresco. Porém, as águas perto do Japão não produzem muitos peixes há décadas. Assim, para alimentar a sua população os japoneses aumentaram o tamanho dos navios pesqueiros e começaram a pescar mais longe do que nunca. Quanto mais longe os pescadores iam, mais tempo levava para o peixe chegar. Se a viagem de volta levasse mais do que alguns dias, o peixe já não era mais fresco. Logo, os japoneses não gostaram do gosto destes peixes.

Para resolver este problema as empresas de pesca instalaram congeladores em seus barcos. Eles pescavam e congelavam os peixes em alto-mar. Os congeladores permitiram que os pesqueiros fossem mais longe e ficassem em alto mar por muito mais tempo. Os japoneses conseguiram notar a diferença entre peixe fresco e peixe congelado e, é claro, eles não gostaram do peixe congelado.

Dessa forma o peixe congelado tornou os preços mais baixos. Então, as empresas de pesca instalaram tanques de peixe nos navios pesqueiros. Eles podiam pescar e enfiar esses peixes nos tanques “como sardinhas”. Depois de certo tempo, pela falta de espaço, eles paravam de se debater, ou seja, não se moviam mais. Eles chegavam vivos, porém cansados e abatidos.

Infelizmente, os japoneses ainda podiam notar a diferença do gosto. Por não se mexerem por dias, os peixes perdiam o gosto de frescor. Os consumidores japoneses preferiam o gosto de peixe fresco e não o gosto de peixe apático.

Como os japoneses resolveram este problema? Como eles conseguiram trazer ao Japão peixes com gosto de puro frescor? Se você estivesse dando consultoria para a empresa de pesca, o que você recomendaria?

Para conservar o gosto de peixe fresco, as empresas de pesca japonesas ainda colocam os peixes dentro de tanques, nos seus barcos, mas, elas também adicionam um pequeno tubarão em cada tanque. O tubarão come alguns peixes, mas a maioria dos peixes chega “muito viva” e fresca no desembarque.

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Na minha cabeça era o fim! E olha que o meu teste vocacional apontava algo com comunicação e ensino! Acabei virando contador, depois de quase largar a faculdade no sexto semestre pra fazer pedagogia (não pelas gurias, mas pelas crianças, tá?). Sou formado em contabilidade, a pedido dos meus pais, mas sempre sonhei em fazer algo diferente. Um dia ainda vou abrir uma Pet Shop! Hehehehe!

Lembrando da minha história, e pensando bem no futuro, acredito que não vou ser um pai como o meu, apesar de saber que ele só queria o meu bem. Por mais difícil que possa ser o futuro profissional dos meus filhos, não vou criá-los à nossa imagem. Adoraria ver algo diferente, deixar a cabecinha deles rodar e imaginar o futuro, como faço agora. Minha preocupação é criá-los para o bem e deixá-los pensar em algo novo e diferente.

Tá bom que o quarto deles vai ter tema musical, que eles vão ganhar instrumentos musicais e fazer aulas de música na escolinha, não custa tentar, né? Vai que eu não descubro um gêniozinho dentro de casa? Posso virar um futuro empresário do ramo musical...


quinta-feira, 24 de abril de 2008

Perseverança é coisa de padre?

Perseverança. Sempre me falavam esta palavra durante as catequeses, nas missas, nas palestras, mas eu, no ápice da minha aborrecência não tinha noção da importância desta palavra. Apesar da sua aparência pacífica, bíblica, perseverança é uma palavra de muita força. Denota fortaleza, constância. Esperança e perseverança são foneticamente parecidas, completamente diferentes em sentido e atividade, porém complementares. A esperança sozinha é estática, passiva, não faz a diferença. A perseverança sem a esperança não faz sentido. Lutar, resistir, prosseguir, mas pra onde? Por quê?

Eu falo da esperança não no sentido religioso, não confundam com fé religiosa, mas a esperança de algo novo, melhor, diferente. Um novo carro, uma nova casa, um novo amor. Não vamos conseguir trocar de carro se não trabalharmos duro pra isso. Não vamos ter uma nova casa se não nos esforçarmos para conter as despesas domésticas. Não vamos ter um novo amor se não seguirmos procurando. Esta força, de recomeçar todos os dias, de reiniciar é a perseverança. A luta com esperança.

Hoje pela manhã me peguei pensando nisso. Desde quando paramos de usar a perseverança no nosso vocabulário? Por que só ouvimos isso de padres, hoje em dia? Será que simplesmente mudamos o nome ou jogamos a responsabilidade pra Deus? Deixamos de lutar por nós e passamos a esperar a ajuda do Silvio Santos ou do Faustão? Nosso conflito é de fé ou comodismo? O nosso problema é só do Governo ou também da nossa bunda grudada no sofá?

Eu já tenho as minhas respostas. Decidi reintegrar a perseverança ao vocabulário. Neste pequeno texto eu usei dez vezes a perseverança. Não vou deixar que padres me digam para ser perseverante. Eu sou perseverante. Vou fazer diferente e fazer a diferença. Posso contar com você?

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Tudo termina como começou

Eu a Dona Genô discutimos bastante, mas não necessariamente brigamos sempre. Ambos temos comportamentos diferentes e reagimos de várias formas às peripécias da vida conjugal. Somos normais.


Dentro da nossa normalidade, conseguimos viver bem, sem os luxos que muitas vezes desejamos, mas com certeza, melhor do que muitas famílias brasileiras, pra não dizer a grande maioria. Neste momento, estamos nos programando, depois de muito conversar e planejar, a ter o nosso primeiro filho. Pretendemos dois, mas como o primeiro carro ou a primeira casa, o difícil é começar. Muitos dizem que pensamos demais, que o melhor é deixar acontecer, outros nos apóiam, concordando e reafirmando nossas principais convicções. Acho que esse amadurecimento vai me fazer um pai melhor, e principalmente um marido melhor.


Amo a idéia de termos nossos filhos, de passar noites acordado, sofrer na primeira injeção ou machucadinho, passear no parque, brincar com os cachorros, mas nunca tirei da cabeça a idéia de que criamos os filhos para o mundo. Com o tempo, eles vão criando asas e é impossível prende-los. E não é esta a minha intenção. Eles serão, para sempre, as coisinhas mais importantes pra mim, mas não antes dela.


Estamos batalhando e vamos continuar pelejando até que desenvolvam, até que tenham suas asas formadas, que tenham perdido o medo de voar, mas o que resta depois disso? Tudo termina como começou.


Seremos só nós dois, novamente. Discutindo e brigando, dentro da nossa normalidade, mas sempre nos amando.

TE AMO GENÔ!


terça-feira, 15 de abril de 2008

Bergamotas ao Sol

E o frio chegou a Porto Alegre... Ah, que bom...

O clima de hoje, agora à tarde, está como eu gosto, frio, entre 15 e 18ºC, muito sol e céu limpo, azul. Hoje é o legitimo dia que o gaúcho gosta pra comer bergamota (de preferência a Ponkan) ao sol, na praça. E se o clima ficar bom assim até o fim de semana, pode ter certeza de que a Redenção e o Gasômetro vão estar abarrotados de gente tomando chimarrão.

Eu, até a adolescência não tinha noção do que tinha de interessante sentar em baixo de uma árvore, ao sol, e ficar com as mãos fedendo a bergamota. Ou então fazer uma roda de cadeiras ao redor do fogão a lenha, cedo pela manhã, bebendo chimarrão. Sabe como é adolescente, não? Irritadiços, apressados, impacientes, incompreendidos. Eu via meus pais, meus avós, meus tios no entorno do fogão, no frio. Podia-se ver a geada cobrindo o gramado em frente a casa, pela velha janela da cozinha, e eles jogando conversa fora e falando bobagens, mas não entendia o quão valoroso era aquilo.

Eles passavam horas e horas a fio lembrando histórias de parentes antigos, vindos Itália, ou lembrando “causos” engraçados, onde inclusive eu participei como protagonista, como o a história da fuga do bezerro, ou ainda lamentando a ausência daqueles que se foram. Era a história da minha família que desfilava pelos meus ouvidos inaptos, e eu não valorizava. Hoje sou o primeiro a puxar uma cadeira.

Parece bobagem agora, lembrar de tantas baboseiras que disse e todas as afrontas que fiz aos meus velhinhos. E eles entenderam, sem mágoas, pois já passaram por isso há algum tempo e tem o mesmo entendimento que estou tendo há poucos anos, mas a verdade é que, quem mais perde é aquele que não dedica seu tempo a escutar e entender aquelas histórias, que são contadas com tanto carinho e emoção por eles que, no alto de sua sabedoria, apenas riam da nossa rebeldia juvenil. Meu saudoso avô, o "Lhô-lhô", como eu o chamava, que o diga. Um dia hei de ouvi-las novamente.

Não sou o Pedro Bial, mas se eu pudesse dar uma dica pro futuro seria, respeite os mais velhos, pois eles provavelmente terão uma antiga resposta para novos problemas. Aproveite a vida da melhor forma possível e nunca perca a oportunidade de entrar numa roda de chimarrão ou de comer bergamotas ao sol, afinal, ficar fedendo à bergamota faz bem à memória.



quinta-feira, 10 de abril de 2008

Complete com V ou F:

Eu simplesmente ODIAVA as provas de história com "V ou F" ou então as de marcar "X". Era uma prova de decoreba pura. Bastava memorizar os principais fatos e arriscar. 50% de chance pra cada questão. Muita gente se dava bem pra caramba neste tipo de prova, pois eram muitas questões de pouco valor.

Certo dia, este professor, que era menosprezado pelos alunos, chegou para aplicar a prova, mas uma nova proposta. Cinco questões dissertativas. Causou pavor total na sala, mas sobre protestos ele aplicou o teste. Foi uma verdadeira chuva de notas vermelhas e ZEROS. Este professor acabou afastado pela direção no ano seguinte. Por quê? Conflito de interesses.

O professor aplicara a prova tentando extrair opiniões dos alunos sobre os fatos e a escola queria continuar extraindo dinheiro dos pais dos alunos. O ensino era muito bom lá, só este fato foi ruim.

Quanto a mim? Tirei um valoroso 7,5 nesta avaliação, com direito a notas quebradinhas pra cada questão, com comentários do professor em toda a prova, com sua caneta vermelha, concordando ou discordando da minha posição, o que me deixou bastante orgulhoso. Não pela nota, mas por ter chamado a atenção do professor.

Por isso gosto muito de ouvir a opinião das pessoas em assuntos polêmicos, adoro uma discussão civilizada. Um posicionamento frente a um tema delicado reflete traços importantes de personalidade. Não basta dizer sim ou não, ou concordo ou não concordo. O principal é o porquê!

Sobre o post anterior, com certeza, bater não resolve nada se você não souber educar com amor, mas também educar só com amor não dá. Sou a favor de palmadas disciplinares, não espancamentos. Acho que meus pais agiram certo, mas esta foi a minha experiência. Tudo tem mais de um ponto de vista. Conheço pessoas que nunca levantaram a mão para um filho, e que hoje tentam administrar um verdadeiro caos doméstico, por conta indisciplina e das irresponsabilidades de seus adolescentes. Mas, vai saber, né?

Obrigado por acessarem e entrarem em discussão. Ninguém perde, todos nós só ganhamos!



All that is necessary for the triumph of evil is that good men do nothing.
Edmund Burke