segunda-feira, 7 de abril de 2008

Relativamente falando

Não sou uma pessoa muito teórica, daquelas que tem uma explicação pra tudo na ponta da língua ou usa ao pé da letra. Sempre fui dotado de muita imaginação e invencionismo (sinceramente, não sei onde o "invencionismo" ajuda muito, mas...), o que me faz sempre abstrair das questões e adotar a subjetividade. "SE" isso "SE" aquilo. Não ser "enraizado" facilita a vida, é como estar sempre vendo as coisas de fora, de outro ângulo, ou "fora do quadrado", como sempre dizia um gerente que tive como chefe. Analisar a situação antes de reagir, quando possível. É lógico, ou não? Sei lá!

Pensar sempre fez bem ao homem, mas requer um tanto de autocontrole e autoconhecimento, pra não ficar sempre pirando na batatinha. Não adianta dar um livro de poesias do século XV pra uma criança, ou pré-adolescente ou adolescente de 13 anos que ele vai rir na sua cara ou ficar repetindo frases soltas pelo ar, se achando "o cara" com ar de intelectual.

Mas, por mais subjetivo que se possa ser, alguns conceitos deve-se saber, tais como saber como funciona o fenômeno da Tensão Superficial, a regra da crase, saber porquê não devemos misturar ácido sulfúrico com açúcar ou chumbo no ácido clorídrico, ou separar o lixo seco ou usar com inteligência a água da torneira, a regra da Dona Inércia ou então, a mais importante delas, a Teoria Especial da Relatividade.

Vinte minutos de sono duram menos que vinte minutos na cadeira do dentista? Não, são vinte minutos, mas é relativo. Vinte minutos no colo da pessoa amada passam mais rápido que vinte minutos numa aula de aeróbica? Quanto tempo são cinco minutos num formigueiro? Ou na piscina do clube, num dia de calor? É tudo relativo!

Ou então, o que são três meses pra quem sonha por muitos anos? Ah, são noventa dias, alguém pode dizer, mas é muito tempo! Demora demais pra passar! Dia após dia, pensando, imaginando, sonhando com um bebezinho chorando nas madrugadas, todo emporcalhado ou com fome, ou correndo pela casa, ou dando risadinhas gostosas. Acho que só aí poderei explorar todo o meu potencial invencionista, relativamente, é claro.

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