quarta-feira, 19 de março de 2008

R P G

É Role-Playing Game não Reeducação Postural Global.

Alguém já jogou?

Eu e a Dona Genô tivemos nosso primeiro contato com o jogo durante a faculdade. Ah, a faculdade... Tínhamos um grupo muito bom. Saíamos da SJT depois da aula de sexta e pegávamos o ônibus pro centro. Caminhávamos até a Washington Luis, próximo à Usina do Gasômetro, e, no apartamento de um dos nossos amigos jogávamos até as sete da manhã... A janta era clássica: massa com salsicha, ao molho de tomates-de-veludo. Rápido e prático. O grupo variava de sete à nove pessoas, dependendo da época.

O RPG é um jogo de interpretação de personagens. Um narrador, chamado Mestre, escreve e narra uma história e os jogadores assumem papéis de personagens dentro da narrativa, interagindo e mudando os rumos da história. O grupo de heróis (os jogadores) precisa cumprir alguma tarefa, como salvar uma princesa, recuperar um item mágico, ou qualquer outra coisa que se apresentar na Campanha (o jogo). Existem vários tipos de RPG, dentre eles eu destaco o D&D (Dungeons & Dragons. Saca o “Caverna do Dragão”?) e o GURPS. Falo sobre eles mais adiante. Tá mas isso é no computador? Não, não tem nada de eletrônico envolvido, nem tabuleiro. Bastam três livros, lápis e papel e alguns dados pra jogar o D&D. Qualquer um pode jogar? Não. Essa é a verdade. Não são todos que podem jogar, não por algum impedimento legal, físico ou psicológico, mas por algo que muitos não têm ou perderam com o tempo. A imaginação. Você pode ser a pessoa mais graduada deste mundo, mas se não tiver imaginação, você não joga RPG. O jogo se passa num mundo de fantasia, um ambiente fantástico habitado por monstros, dragões, magos e guerreiros.

A imaginação humana é uma ferramenta incrível! Ela pode nos salvar de traumas, nos alegrar, nos entristecer, criar pânico, mover multidões, derrubar ditadores, etc. Os psicólogos sabem melhor que eu, mas o fato é que é o jogo que mais gosto de jogar. Na época, todos achavam que nós éramos um bando de drogados. "Como ficar jogando só com a imaginação? Vocês tomam alguma coisa, né?". De forma alguma. Éramos todos pessoas saudáveis, estudantes de contabilidade e empregados. Boa parte desse preconceito vem das más notícias que se vincula na mídia. "Fulano mata Cicrano num ritual satânico. O rapaz alega que fazia parte de um jogo de RPG". Como eu comentei, existem vários tipos de RPG. O medieval, representado pelo precursor e, pra mim, o melhor de todos, o D&D, o 3D&T, inspirado em mangás e animes, e o pessoal da pesada, Lobisomem, Vampiro, Demônios, etc. E o GURPS.

Como eu disse antes, a imaginação é incrível. Tão incrível que é capaz de fazer com que adolescentes sejam manipulados e induzidos a cometer crimes por pessoas completamente sem noção. É aí que começam os problemas. Eu adoro RPG, adoro vampiros e suas histórias, já joguei inclusive, mas imagine: se pra mim já foi forte, imagine para alguém que vive sob dúvidas, numa época crucial para sua formação. Mas isso tudo é uma questão de personalidade. Não se assustem se os seus filhos falarem de RPG, por favor! Precisamos de jogadores! É uma questão de comportamento. Cada um sabe o tipo de "bebê" que tem em casa, mas uma coisa é certa: esses RPG's mais pesados são para adultos, portanto, cuidado é sempre bom.

Tá, mas e o tal do "Gurpis". Esse é um dos melhores. Imagine o seu filho, na escola, descobrindo as maravilhas do Brasil da época do descobrimento, na pele de um Bandeirante? Ou entendendo da organização dos Maias, vivendo como um sacerdote num dos suntuosos templos em Chichén Itzá? Ou melhor, defendendo-se de Napoleão, na gelada Rússia? Dá pra imaginar? O GURPS pode fazer isso! Por isso ele é tão importante. Sua aplicação pedagógica é muito ampla. Genericamente, tirando os mais pesados, o RPG aplica organização, raciocínio rápido e lógico, trabalho em equipe, entre outras tantas coisas bacanas. E a hora do lanche é muito divertida! Já joguei com muitas crianças, e elas se saem muito bem! Existem até empresas utilizando o RPG em seleções e treinamentos!

Parece complicado, mas não é. A essência do jogo é a interpretação. Você pode esquecer os livros e criar suas próprias. Esqueça os dados! Todos têm dedos para um par-ou-ímpar!

A chave de tudo é imaginação. Soltar a mente. Você consegue se imaginar sentado à mesa com o anão Gimli, o arqueiro elfo Legolas e o Rei Aragorn, ou protegendo Sam Gamgi e Frodo Bolseiro, do Senhor dos Anéis? Ou encarando um Ogro, um Dementador ou um Hipogrifo, como aqueles do Harry Potter? Pilotando uma nave ao lado de Luke Skywalker? Ou encarnar uma menininha indefesa como Lyra Belacqua, protegida pelo urso polar Iorek Byrnison, em a Bússola de Ouro? Entrar em um guarda-roupa, e explorar um mundo mágico como em Crônicas de Nárnia? Pense bem! Procure assistir esses filmes de fantasia e faça o teste! O que você faria? Como se sentiria? O seu pimpolho agradece!

Durante uma historinha que você conta para o seu filho, antes de dormir, quando pergunta a ele "o que acha que o coelhinho vai fazer?" você está jogando RPG! Qualquer resposta que ele der estará certa! Não existem limites, basta entrar no jogo! O seu filho sabe muito!

Depois de todas as emoções de um bom Role-Playing Game pode ser que você precise de uma Reeducação Postural Global, mas não tem problema. Tudo acaba em RPG!

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu ja ouvi muito falar desse jogo, mas como vc disse, a mídia acaba com ele, e de vc é a primeira vez que escuto algo legal, nem posso falar mto, pois sabia pouco...
Mas vem cá...
Quem é o bb lindo que ta aí????
Bjks...