sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

"Lá em casa não vou deixar meus filhos escutarem isso!"

Uma das coisas que eu sempre fui muito chato é com música. Sou o tipo do chato que te chama pra frente do aparelho de som ou te coloca os fones de ouvido pra escutar o solo dos isqueiros na música "Vestido Estampado" da Ana Carolina, exclamando em seguida um "Bah, não é demais?", daqueles que acha um sacrilégio ouvir qualquer música num sistema mono (mono, sacou? Um alto-falante só, tá ligado?)

Pois bem, quanto a gosto musical, eu gosto de música boa. Definição de música boa? Tem que agradar os ouvidos e massagear o cérebro. Tudo bem, todo mundo tem fases. Quando adolescente, saltei do pagode para o havy-metal numa semana, na outra ficava viajando no escuro do meu quarto curtindo o acústico do Nirvana, mas isso passa. A gente amadurece. Custei a perceber isso, mas na vida tudo é uma seqüência de aprendizados. Essa época vai render mais um post no futuro...

Todo esse papo furado foi pra chegar neste ponto. Estávamos falando de música certa vez, na casa dos meus sogros, onde estavam meus cunhados (por enquanto tudo bem com eles...) e os donos da casa. Minha sogra sempre me mostra os sertanejos dela e a coleção do Raul que ela tem e sempre que posso deixo claro que gosto quase todo tipo de música, EXCETO aqueles pagodes melosos e os funk’s. EU NÃO GOSTO! NÃO ADIANTA! E larguei a seguinte frase:

"Lá em casa não vou deixar meus filhos escutarem isso!"

Aí começou a polêmica. Uns dizem que eu não posso proibir, outros dizem que ele vai escutar em outro lugar, que vai procurar outras pessoas que gostem e-tal-e-coisa. Essas pessoas que falam isso são as mesmas que se socam no sofá pra ver Gugu, Faustão, que não perdem um capítulo das três novelas da Globo, que ficam conversando na hora do Jornal Nacional, que não lêem um livro ou jornal onde a única leitura são revistas de fofoca. Pode parecer preconceito da minha parte, mas uma coisa não vem sem a outra. Dificilmente vocês me verão em casa domingo à tarde. Provavelmente estarei na praça jogando bola e tomando chimarrão com a Genoveva e nossos amigos, onde não é preciso gastar muito pra ter um momento de diversão.

Sempre me disseram que a gente educa principalmente pelo exemplo. Cresci ouvindo música com meu pai. Aos dez anos já conhecia algumas músicas do B. B. King, Barry White, Gil, Caetano, entre outros. Eu ficava grudado nos discos de vinil dele. Não vou começar tão longe com o Arthur e a Sofia, mas que eles já vão ouvir o Black Álbum Metallica na barriguinha da mamãe, ah isso vão!

4 comentários:

Anônimo disse...

Querido Astolpho, estou passando por este perregue agora, amigo!
Sempre disse - e continuo com esse pensamento - de que "aqui em casa não se ouve isso". Funk, nem pensar. Pagode também detesto muito, só que menos que funk e por aí vai. Nessa lista entram também os sertanejos e os axé da vida.
E tem uma pessoa especial que tenho certeza que jamais gostaria de ver minha filha gostando: XUXA!

Eis que na reunião de pais da escola dela - que está com 1 ano e 3 meses - me falam que tem o "dia do DVD". Cada criança leva o seu e eles ouvem um pouquinho de cada e depois começam a escolher qual querem ouvir. Aí não me contive e perguntei para as outras mães qual era a opinião delas sobre a Xuxa. Uma não gosta, um pai não respondeu e as outras falaram: "não só não tenho nada contra, como AMO"... Já vi que vai rolar Xuxa na escola. Lá na escola não tem, eles não gostam, as professoras não incentivam, mas a professora me disse - e eu até concordo - que ela não pode impedir a mãe de levar e, levando, não pode deixar de colocar o DVD da criança.

E agora, José? Continuo achando que aqui em casa não entra. Mas arrumar vício ruim assim na escola é duro, hein?

Anônimo disse...

Olha Astolpho eu acho que tu consegue "ensinar" o bom gosto musical até certo ponto.
MAs quando chega na pé -adolescencia, esquece eles vão escutar o que quiser no MP3 deles ou seja lá qual gerinconça tecnologica existir na epoca. OU seja não desista, ensine as coisas boas da vida, as boas musicas, eles terão fundamento e informaÇão agora se resolverem ter mal gosto fazer o que ?
Agora não tem preço ouvir o Leandrinho pedir: Mãe coloca Paralamas do Sucesso eu cquero ouvir "Você" como ele chama a musica que ue canto para ele dormir. "Você á algo assim é tudo pra mim..."

Anônimo disse...

Astolpho caro amigo, eu dava banho pro meu filho ouvindo Rappa, Cássia Eller, Alceu Valença, Los Hermanos, gosto bastante, até músicas gauchescas eu colocava pra ele ir tomando gosto pelo RS, mas não teve jeito, uma hora tive que me render ao Cocoricó, Villa Lobos, Palavra Cantada. Mas dos males o menor, até acho que meu filho tem um ótimo gosto musical. Ele ama Villa Lobos! Tem coisa melhor que isso??
Vai fundo na sua teoria! Te dou apoio! Aqui em casa não entra Xuxa, axé, pagode, funk e acredito que até agora ele não sentiu falta, não, viu?!
Abraços

Marion disse...

Sabe que isso foi algo que nunca esquentamos aqui casa, afinal gosto é gosto, e acredite, eles precisam ter suas experiências. Os gostos musicais acontecem naturalmente, os filhos vão crescendo e ouvindo os gostos dos pais, e pra mim é o que importa. No futuro lembrarão: "Meus pais escutavam isso, essas musicas me fazem lembrar minha infância!", e naturalmente vão curtir o mesmo gosto musical, mas nunca deixarão de escutar aquilo que sua geração gosta e toca. Então sempre respeitei seus gostos e tento conhecer um pouco mais mostrando interesse assim como elas curtem muito quando cantamos as musicas de nossa geração! Reconheço que fico feliz nos gostos musicais de minhas filhas, afinal elas curtem rock assim como nós, já curtimos show juntos e acredite isso aconteceu com a maior naturalidade!